A maioria das pessoas está familiarizada com expressões como "enterrar o
machado" e "fumar o cachimbo da paz". Eis a história de como as crianças da
tribo Sêneca resolvem suas divergências.
Se dois meninos Sênecas entrassem em um sério conflito, sua mãe lhes diria:
"Vão fincar seus bastões". Os meninos saberiam exatamente o que isso
significava. Eles se afastavam um pouco do acampamento e fincavam três bastões
durante uma lua (ou um mês). Findo esse prazo, a posição dos bastões determinava
quem tinha razão. Enquanto isso, os meninos voltavam a brincar, deixando que os
bastões resolvessem a contenda.
Eles poderiam combinar que, se os bastões pendessem para o nascente ao final
da lua, Jorge teria razão; se pendesse para o poente, Paulo é que teria razão.
Se os bastões caíssem, nenhum dos dois tinha razão. Por causa do vento e da
chuva, os bastões quase sempre caiam. Era muito frequente os meninos sequer se
lembrarem por que haviam fincado os bastões, com isso, a rixa era resolvida
facilmente.
Como seria fácil resolvermos nossas confusões assim como essas crianças da
tribo Sêneca. Quando vemos dois adultos ou um casal brigando a única coisa que
escutamos são insultos e gritos. Uma boa história que ilustra as várias etapas
possíveis de um conflito entre casais foi uma que achei na Internet chamada "Os
Sete Estágios de um Resfriado". Algum observador bem-humorado expõe a reação de
um marido aos sintomas de gripe de sua esposa durante sete anos de casamento:
Primeiro ano: "Meu docinho de coco, estou preocupado com a
minha bonequinha. Você fique apenas deitada, enquanto pego o carro e forro o
banco para deixá-la aquecida para levá-la ao médico".
Segundo ano: "Ouça, querida, não estou gostando do jeito
dessa tosse. Vou dar um banho no bebê e acomodá-lo, depois te levarei a um
hospital para um exame geral e repouso".
Terceiro ano: "Está se sentindo um bagaço, hein, querida?
Talvez seja melhor se deitar e descansar. Vou trazer alguma coisa para comer.
Quer alguma sopa?".
Quarto ano: "Olhe querida, seja sensata. Depois de dar
comida para as crianças e lavar a louça, é melhor ir para a cama".
Quinto ano: "Você parece que não está bem. Porque não toma
logo duas aspirinas?".
Sexto ano: "Se você simplesmente fizesse um gargarejo ou
qualquer outra coisa em vez de ficar por aí tossindo como uma foca, eu
agradeceria!".
No Sétimo ano a mulher responde a pergunta do marido: "Por
que Deus fez você tão bonita e tão tapada?". Ela respondeu: "Ele me fez bonita
para que você se casasse comigo, e tapada para que eu pudesse gostar de você!".
Enquanto podemos achar graça nesta imaginária degeneração de interesse e
preocupação, gostaria que você pensasse por alguns segundos, por que as pessoas
gritam quando perdem a calma ou quando estão brigando? Porque quando duas
pessoas estão aborrecidas, seus corações se afastam muito e para cobrir esta
distância, precisam gritar para poderem escutar-se mutuamente. Quanto mais
aborrecidas estiverem, mais forte terão que gritar para ouvir um ao outro,
através da grande distância.
Por outro lado, o que acontece quando duas pessoas estão apaixonadas? Elas
não gritam. Falam suavemente. E por quê? Porque seus corações estão muito perto.
A distância entre elas é pequena. Às vezes seus corações estão tão próximos, que
nem falam, somente sussurram.
E quando o amor é mais intenso não necessitam sequer sussurrar, apenas um
olhar, e basta. Seus corações se entendem. É isso que acontece quando duas
pessoas que se amam estão próximas. Quando discordamos, não podemos deixar
nossos corações se afastarem, não podemos dizer palavras que nos distanciem,
para não chegar o dia em que a distância será tanta que não mais encontraremos o
caminho de volta.