Você acabou de casar e está planejando ter filhos daqui há alguns anos. Mas
sabe que com eles vêm também as responsabilidades, gastos com estudos e que, por
isso, é importante fazer um investimento que garanta o futuro dos seus
herdeiros. Então, você já deve ter se perguntado: qual a melhor hora para
começar um investimento que proporcione uma qualidade de vida melhor para meus
filhos?
A resposta é: agora, antes mesmo deles nascerem. Quem aconselha é o
especialista em educação financeira Álvaro Modernell, sócio fundador da Mais
Ativos. Para ele, o ideal é que os futuros pais comecem a planejar e a investir
antes que os filhos cheguem. “O quanto antes você começar um investimento
melhor, por isso, é importante que seja feito um bom planejamento por parte dos
pais”, diz.
Entretanto, ele reconhece que é bastante difícil que os casais comecem a
investir com este objetivo antes da gravidez. “Sabemos que isso é um pouco
utópico”, diz Modernell. Por isso, se os filhos já tiverem nascido, não há com
que se preocupar. O importante, segundo ele, é começar o quanto antes. “Se for
aos 2 anos, 4 anos ou até mais, isso vai depender, mas o ideal é ter consciência
da importância do investimento para seus filhos”, aponta.
Tempo
Para ele, o tempo que o valor ficará na aplicação vai influenciar no tipo de
investimento escolhido e no resultado obtido.
Sobre o tempo de investimento, uma das questões mais importantes é a
tributação, diz Modernell. “Quanto mais tempo o valor fica investido, maior o
benefício tributário, ou seja, menor a alíquota de imposto de renda no momento
do resgate”, explica.
E ainda acrescenta: “O mais importante, seja qual for o tipo de ativo
escolhido pelos pais, é a perseverança e a disciplina. Não adianta nada investir
um valor, deixá-lo dois ou três anos e resgatar antes dos filhos crescerem. A
não ser que haja alguma mudança muito importante no cenário, alguma dificuldade
muito significativa, é importante que os pais resistam e mantenham o valor
aplicado”, ressalta.
Ações
Segundo Modernell, para os pais que pretendem investir em ações para
garantir o futuro dos filhos, a dica é que se pense em um prazo de no mínimo
cinco anos, mas o ideal é ter pelo menos 10 anos.
Pensando em um prazo acima de dez anos, o especialista recomenda que seja
feita uma diversificação das aplicações. “O melhor é que seja investido uma
parte do montante em carteira de ações, uma parte em previdência privada e outra
em títulos públicos (tesouro direto)”, afirma.
Consciência financeira
De acordo com o especialista, a partir dos seis anos as crianças já podem
começar a acompanhar os investimentos, mas de uma forma educativa. “Os pais
podem, por exemplo, abrir uma conta poupança ou fazer uma previdência e mostrar
para os filhos os rendimentos, de uma forma bem didática”, diz. O importante,
neste caso, não é o valor investido, mas sim a educação das crianças em relação
ao investimento.
À medida que os filhos vão crescendo e entram na adolescência, eles já podem
começar a fazer seus próprios investimentos, utilizando, inclusive, parte da
mesada. “Mas é importante que seja uma coisa natural, sem que os pais 'forcem a
barra'”, ressalta.
O fundamental, segundo Modernell, é que seja inserida uma cultura de
investimento nas crianças, para que elas comecem a aprender desde cedo a
importância de investir e planejar.