Entre os especialistas em finanças pessoais e familiares, já virou
lugar-comum dizer que, para sair do vermelho, é preciso mudar o estilo de vida,
aceitar suas limitações e adequar-se a elas. Mas é a única forma de "sair do
buraco" e de assumir o controle de sua vida financeira. Por isso, se for
necessário comprar um carro menor ou mais velho, procure fazê-lo quanto antes.
Ou então, se não tiver outra saída, mude-se para uma casa ou um apartamento
menor ou mais distante do trabalho e da escola das crianças, para reduzir os
gastos com o aluguel ou com a prestação da casa própria. "Se a pessoa quiser
diminuir suas dívidas, tem de cortar despesas", diz o consultor Mauro Halfeld.
"Mas não deve cortar de forma radical nenhum item de seu orçamento. Quando isso
acontece, ela fica com uma sensação de fraqueza, de frustração, e acaba se
descontrolando novamente depois."
Antes de partir para medidas drásticas, você pode tentar algumas alternativas
menos doloridas. Primeiro, deve avaliar cuidadosamente se o banco com o qual
trabalha atualmente lhe oferece as melhores taxas do mercado. Há alguns bancos
que são melhores para crédito e outros para investimentos. Trabalhar com o banco
mais indicado para suas necessidades é algo que pode fazer uma diferença
significativa em seu bolso todos os meses. O mesmo vale para as administradoras
de cartões de crédito.
Em geral, a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil são as instituições
que oferecem os menores juros da praça nas diferentes modalidades de crédito -
cheque especial, crédito pessoal e crédito ao consumidor. No fim do ano passado,
de acordo com uma pesquisa do Procon de São Paulo, os dois bancos estatais
cobravam por mês 7,2% e 7,7% (130% e 143% ao ano) no cheque especial,
respectivamente, as taxas mais baixas do mercado. No mesmo período, a média
nacional foi de 8,15% (195% ao ano).
No caso dos cartões de crédito, a menor taxa do momento, de 5,5% ao mês (90%
ao ano), é a do Santander Light, lançado recentemente pelo Banco Santander e
disponível também para quem não é cliente. A taxa é fixa e vale tanto para o
crédito rotativo quanto para as compras e saques parcelados previamente. São 4,4
pontos porcentuais a menos que a do Credicard Itaú, de 9,9% ao mês (210% ao ano)
e 3,7 pontos menor que a do Cartão Bradesco, de 9,2% ao mês (188% ao ano).
Existe ainda a possibilidade de você alongar sua dívida. Em vez de ficar
pendurado no cheque especial, cujos juros são os mais altos do mercado (na faixa
de 195% ao ano, como vimos acima), talvez você possa contratar um empréstimo
pessoal, a ser pago em 12 ou 24 meses, cujas taxas ficam na faixa de 85% ao ano.
Com o dinheiro do empréstimo, você pode cobrir o "rombo" do especial e saber de
antemão quanto vai precisar por mês para pagar o papagaio.
ATÉ QUANTO
EU POSSO DEVER? |
Preencha a planilha abaixo para calcular se
você ainda pode fazer mais alguma dívida ou se é hora de cortar despesas
para não ir parar na lista dos maus pagadores. Em geral, os
especialistas recomendam que a dívida total seja inferior a 30% de sua
renda líquida. Se o resultado
do item 4 for negativo, você já estourou seu limite |
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