Carreira / Emprego - Especialista conta quais atitudes e manias podem arruinar sua carreira
A sócia-diretora da Vox Solutions, empresa do CLIV Solution Group, Angela
Mota Sardelli, reuniu algumas atitudes que, embora possam passar despercebidas
por quem as protagoniza, são facilmente notadas pelos colegas de trabalho.
Manias e preceitos que, segundo ela, impedem o profissional de construir uma
carreira sólida.
"Quem não consegue criar um ambiente de trabalho agradável, no qual possa passar
oito horas por dia, não consegue construir uma carreira", garante.
Quais são as atitudes que comprometem?
O primeiro erro diz respeito à aparência. Ser lembrado pelos excessos, ou seja,
pela minissaia provocante, pelo decote ousado, pelas roupas justas demais ou
pela regata de surfista não é bom. "Principalmente os líderes devem se preocupar
com isso, pois são modelos referenciais para os colegas".
Em segundo lugar, como o relacionamento com as pessoas é essencial, evite
maltratar os demais, ser mal-educado, temperamental, grosseiro, estressado ou
arrogante. "Pessoas temperamentais não conseguem apoio de colegas, parceiros
comerciais ou fornecedores".
Outra dica: seja discreto. Quem fala demais acaba se queimando não somente na
organização, mas também no mercado. Um exemplo é aquele profissional que vai a
uma festa e fica se gabando das coisas que fez. Há ainda aquele "sedutor", que
faz questão de falar com quantas pessoas saiu no fim de semana ou que está tendo
um caso extraconjugal. "Mesmo com colegas de trabalho com quem tem amizade, tome
cuidado com o que fala", alerta Angela.
Pior que isso, somente o fofoqueiro. Curiosamente, ele sabe de tudo o que
acontece na empresa e adora uma rodinha de conversa. O problema é que, como essa
pessoa tem o costume de falar da vida dos outros, os colegas deixam de confiar
nele. É provável que indaguem: se ele fala dos outros, o que o impede de falar
de mim?
Evite se relacionar com colegas
O profissional que, vira e mexe, está tendo um caso amoroso com alguém da
empresa pode ser prejudicado. A questão é que a imagem de seriedade é
corrompida. Não é errado relacionar-se amorosamente com pessoas da mesma
empresa. Mas relacionar-se com muitas delas pode causar problemas. "Lembre-se de
que, mesmo que não conte a ninguém, as pessoas irão conversar entre elas e, cedo
ou tarde, irão descobrir".
No local de trabalho
Aquela mesa toda bagunçada, repleta de papéis e livros, fotos e objetos pessoais
denotam desorganização. Não é algo que passe despercebido pelos chefes. Outro
cuidado diz respeito às ferramentas da internet. Durante o expediente, entrar a
todo o momento em sites de vídeo, de relacionamento, salas de bate-papo e no
e-mail pessoal é, certamente, um sinal de dispersão e pode fazer cair a
produtividade. Evite ainda passar muito tempo falando no celular ou no telefone
da empresa.
Além disso, usar o e-mail da empresa para fins pessoais causa demissão por justa
causa. "A maioria dos tribunais reconhece o direito das empresas de fiscalizar o
uso do e-mail fornecido ao funcionário como ferramenta de trabalho e utilizar as
informações como prova em ações judiciais", explica a advogada trabalhista
Juliana Fuza, do escritório Innocenti Advogados Associados.
Discurso pobre
A comunicação é vital. Por isso, profissionais devem evitar gírias. Aprimorar o
conhecimento em português é importante também. Quem tem vocabulário pobre e
comete erros ao falar ou escrever corre risco de ser relacionado à falta de
competência.
Aliás, conhecer, ler e estudar, não somente a língua portuguesa, mas tudo que é
relevante nos dias atuais é necessário. Imagine se em uma conversa começam a
falar da política nacional e você não sabe do que se trata. Há ainda pessoas que
só sabem falar de novela, o que é um risco, dependendo da empresa ou do setor no
qual estão inseridas.
Falta de equilíbrio
É comprometedor também não conseguir equilibrar vida pessoal e profissional.
Aquelas pessoas que somente pensam no trabalho, quase não têm amigos ou vida
própria fora da empresa, acabam sendo inquietas no dia-a-dia, incomodando os
colegas com exigência e excesso de ansiedade. Isso acontece porque elas vivem
apenas aquele universo.
"Quem se preocupa demasiadamente com o trabalho corre o risco de se tornar um
'chato de galocha'. No final, ninguém quer se aproximar dele", garante a
sócia-diretora da Vox Solutions.
O pior é que justamente esse tipo de profissional acaba sendo o mais
competitivo, imprimindo outras atitudes que podem arruinar a própria carreira.
Muitas das pessoas competitivas não conseguem enxergar as necessidades do
próximo e, em nome de seus objetivos pessoais, passam por cima de qualquer
coisa, inclusive da ética.
Mesmo que uma pessoa competitiva tente disfarçar e se fazer de "boazinha", os
outros acabam percebendo, mais cedo ou mais tarde. "Todos notam quando estão
sendo manipuladas ou enganadas. O profissional competitivo demais não consegue
solidificar uma carreira. Um dia, no futuro, ele pode precisar de um emprego,
mas nenhum de seus antigos colegas irá ajudar. Em cada empresa que você passa,
constrói uma história".
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