A comodidade do crédito pré-aprovado que os cartões oferecem
é, sem dúvida, um grande atrativo para o consumidor na hora de sair às compras.
Não é de se surpreender, portanto, que a participação dos cartões de crédito
como meio de pagamento vem crescendo a cada ano.
Mas a comodidade não é o único fator que atrai o consumidor: a possibilidade de
parcelar a compra, pagando apenas o valor mínimo exigido na fatura, é outro
atrativo do dinheiro de plástico.
Pagar apenas o mínimo é arriscado
Ainda que o pagamento do valor mínimo, que varia entre 10% e 20% do total da
fatura, possa parecer a solução ideal para que você consiga equilibrar o seu
orçamento, essa opção deve ser usada com cautela, somente em momentos de grande
dificuldade financeira. Adotar como estratégia pagar apenas o mínimo, pode
rapidamente levá-lo ao descontrole financeiro.
Afinal, ao pagar apenas o valor mínimo da fatura, você está automaticamente
aceitando que o restante da fatura poderá ser financiado com juros, que variam
entre 9% a 12% ao mês. Desta forma, em uma fatura de R$ 1 mil, você pagaria
apenas R$ 200 e o restante seria financiado. Assumindo que no mês seguinte você
não gastasse mais nada no cartão, sua fatura aumentaria de R$ 800 para R$ 880,
assumindo os juros médios de 10,0% ao mês.
Basta que o consumidor gaste mais no cartão no mês seguinte para que o efeito
"bola de neve" comece. Como os primeiros meses, em geral, implicam em gastos com
impostos, férias e educação, como matrículas nas escolas e compra de material
escolar, são comuns os casos de pessoas que em pouco tempo estão atoladas em
dívidas.
Renegociar pode ser difícil
Muitas vezes, somente quando já estão atolados em dívidas, é que os consumidores
tentam a renegociação, acreditando que sejam vítimas de prática abusiva. Na
verdade, o que acontece é que poucas pessoas realmente sabem quanto pagam de
juros no cartão, de forma que quando vêem sua dívida dobrar em alguns meses,
acabam acreditando terem sido vítimas de abuso.
A renegociação em geral é difícil, mas não impossível. Contudo, um erro
freqüente entre muitas pessoas é aceitar termos que já sabem de antemão não
conseguirão arcar. Para quem está tentando renegociar a dívida do cartão, o
melhor é quebrar o cartão e não incorrer em novos gastos, para evitar que a
dívida aumente ainda mais.
Além disto, muitas administradoras não aceitam a renegociação, alegando que, se
você não consegue pagar a fatura, pode sempre pagar apenas o valor mínimo.
Porém, como vimos acima, quitar a dívida do cartão, pagando apenas o mínimo é
praticamente impossível.
Financiar no cartão só em emergências
Se você está enfrentando uma crise financeira, o melhor é rever com calma o seu
orçamento. Avalie o quanto precisaria tomar emprestado e planeje este
empréstimo.
Quando o problema não é temporário, emprestar no cartão não é recomendável: os
juros são muito altos, e como você não tem como pagar logo a dívida acaba
crescendo rapidamente.
Nesses casos, o melhor é tomar dinheiro emprestado por um prazo mais longo, já
que os juros são bem menores. Você aí aproveita o período do empréstimo para
equilibrar suas contas: cortando gastos e revendo hábitos de consumo.