Queda no desemprego, aumento da renda, estabilidade da inflação: o cenário é
propício para que os brasileiros ganhem mais dinheiro. O problema é que eles
sabem muito pouco sobre como gerir este montante ou sobre educação financeira.
De acordo com o educador Álvaro Modernell, a “educação financeira é um conjunto
amplo de orientações e esclarecimentos sobre posturas e atitudes adequadas no
planejamento e uso dos recursos financeiros pessoais”. Ela serve, entre outras
coisas, para combater dívidas e evitar que as pessoas caíam em armadilhas,
fraudes e prejuízos e ainda ajuda na produtividade dos profissionais.
“É crescente o número de empresas, associações e entidades de classe que
reconhecem a importância da educação financeira na estabilidade financeira e
emocional das famílias. Reduzindo-se os problemas financeiros, cai o índice de
absenteísmo, de fraudes, de doenças. As pessoas trabalham mais tranquilas, ficam
mais criativas e mais produtivas”, diz Modernell.
Mitos
O assunto ainda gera muitas dúvidas sobre a aplicabilidade, ainda mais
porque existem alguns mitos sobre educação financeira. Confira quais são eles
abaixo:
Educação financeira é apenas para quem tem dinheiro: ela lida com conceitos,
posturas e atitudes adequadas à gestão das finanças, independentemente de
valores, da situação socioeconômica e da disponibilidade financeira das pessoas;
É preciso ser especialista para “fazer” educação financeira: o bom senso
responde as principais dúvidas sobre o assunto, mas, se o público for mais
amplo, vale a pena buscar apoio de um profissional;
A base da educação financeira é a matemática: aspectos comportamentais são até
mais relevantes. Claro que fazer contas faz parte, mas ter atitudes e posturas
adequadas faz mais diferença do que saber calcular taxas e resultados;
Educação financeira é assunto apenas para especialistas: obviamente há
publicações de autores que se dedicam especialmente ao tema, mas autores
infantis consagrados como Maurício de Souza, Ruth Rocha e Ziraldo já publicaram
obras falando de educação financeira;
Bancos querem manter clientes na ignorância: aos bancos, interessa mais as
parcerias de longo prazo. Cliente bem informado demanda menos atendimento e pode
consumir mais produtos, com menos problemas e reclamações. Os custos dos bancos
se reduzem e as margens de ganho crescem.