Apesar de ser um mercado que ainda tem muito a evoluir no País, os seguros
relacionados ao turismo têm ganhado a adesão dos brasileiros, devido aos custos
altos das assistências internacionais.
De acordo com o diretor de assuntos internacionais da Abav (Associação
Brasileira das Agências de Viagem), Leonel Rossi, os seguros existem há 14 anos
no Brasil, o que é pouco tempo para o setor de turismo. "Mas é uma tendência as
pessoas contratarem", ponderou.
De maneira geral, os seguros viagem sempre trazem cobertura de assistência
médica - em caso de acidentes e doença - e extravio de bagagem, mas se diferem
de acordo com o perfil do cliente. Alguns pacotes de viagem vendidos pelas
operadoras incluem o valor do seguro, enquanto outros permitem a decisão do
turista. Ainda é possível contratar direto com uma corretora.
Para a formatura
Um estudante em viagem de formatura pode aderir ao seguro, para que a diversão
não se transforme em um pesadelo.
Na CVC Estudante, que oferece produtos turísticos para a realização de viagens
de estudo, visitas técnicas e para eventos técnico-científicos, bem como
festivos e de formatura, as viagens internacionais com fretamento sempre têm o
valor do seguro no pacote, variando de US$ 19 para três dias a US$ 39 para 10
dias.
Viagens nacionais e cruzeiros, por sua vez, não têm o valor do seguro incluído
no pacote e a proteção varia de acordo com os dias de viagem: de R$ 17 para um
dia a R$ 26 para 10 dias, por exemplo.
Para o intercâmbio
Quem está em viagem de intercâmbio também precisa de proteção, e os turistas
brasileiros têm dado importância a isso. "Para cada passagem aérea que vendemos,
tem um seguro. É difícil ter uma pessoa que sai do Brasil sem ele, mesmo que
seja facultativo", disse a gerente de comunicação da STB (Student Travel
Bureau), Cláudia Martins.
A STB trabalha com o ISIS, que pode ser dividido em cinco opções, desde o super,
que oferece cobertura para emergência hospitalar e atraso em bagagem até o ISIS
Plus, destinado a quem vai fazer esportes radicais.
"O valor é tão pequeno frente ao preço pago pelo pacote que não vale a pena
ficar descoberto. As pessoas estão mais conscientes disso. No caso do
intercâmbio, mais de 90% das passagens que vendemos são com seguro", explica
Cíntia Gabriel, gerente de produtos da CI, que trabalha com o InterCare, que é
dividido em três tipos de cobertura. A primeira é a Básica, com valor de US$
161, com cobertura médica, válida por dois meses, e também de passagem. Ainda há
a Plena, que custa US$ 199 e a Master, de US$ 219.
Para o trabalho
Um autônomo que viaja muito a trabalho também pode contratar um seguro. Na
Zurich, empresa que trabalha com apólices diretas para pessoa jurídica, as
coberturas vão além do convencional.
"Na verdade, o seguro cobre mais do que o comum, que é assistência médica e
acidentes. Ele vai além, ampara a pessoa em extravio de bagagem e em perda de
documentos. Ele dá toda a logística para a pessoa voltar ao País sem os
documentos", afirmou a coordenadora comercial de seguros da empresa, Ilde
Ostheimer.
Sobre esse tipo de seguro, em particular, ela afirmou que falta sensibilidade
das empresas para entenderem sua importância, apesar de a demanda ser alta em
grandes companhias, que já têm uma política formalizada e já tratam como
benefício o seguro de viagem corporativa.
Para se aventurar
Quem tem um espírito mais aventureiro também conta com uma proteção
diferenciada. De acordo com a corretora de seguros da Kalassa, Ana Cláudia
Benites Badaró, quem vai viajar para esquiar, por exemplo, num período curto de
tempo, pode contratar um seguro para esportes radicais.
"A restrição é que a pessoa não esteja em competição que envolva dinheiro. Ela
terá a proteção o tempo em que estiver fora do País", afirmou ela, que ainda
informou que, para uma viagem de 15 dias pela América do Sul, paga-se US$ 140
pelo seguro.
Ele é voltado para pessoas que, por profissão ou pela prática de esportes, se
expõem a riscos de acidentes. A idade deve ser superior a 14 anos e inferior a
65 anos. Inclui esportes como asa-delta, equitação, aquáticos (inclusive
natação), esportes de inverno e outros.
Cuidados com o seguro
Apesar de a maioria das pessoas contratar o seguro no pacote, ainda existem
aquelas que preferem usar uma cobertura que já possuem. Neste caso, é preciso
tomar alguns cuidados. "Muita gente fala que tem seguro, mas não tem a cobertura
que precisa. Ainda não pode escolher um médico bilíngüe", diz Andréa, da STB.
Já segundo Cíntia, da CI, quem for optar por um outro seguro, além do vendido
junto com o pacote, deve analisar se terá de pagar as despesas e somente depois
será reembolsado, se a cobertura vale para todo o período e se tem limitação de
cobertura.
De acordo com Ilde, da Zurich, uma vantagem do seguro da empresa é que a central
de atendimento é no Brasil, o que significa que há um melhor atendimento ao
cliente, em português. "Às vezes, a pessoa não consegue explicar o problema em
outra língua".
Seguro é obrigatório
Nos 12 países europeus que assinaram o Tratado de Schengen, em 1985, é preciso
ter uma cobertura mínima de 30 mil euros para a entrada. São eles: Alemanha,
Bélgica, Dinamarca, Espanha, Grécia, Islândia, Itália, Luxemburgo, Noruega,
Holanda, Portugal e Suécia.
Além disso, segurados do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e seus
dependentes não precisam pagar por um seguro privado para ter assistência nos
seguintes países: Uruguai, Argentina, Chile, Cabo Verde, Portugal, Espanha,
Grécia e Itália.