Ser competente não serve mais para ganhar o jogo, virou obrigação. Quem não
for, nem entra mais em campo.
Ser competente virou uma obrigação. Não serve mais para ganhar o jogo. Quem
não for competente nem entra mais em campo. Ou se já estiver nele, vai sair
rapidinho. As conhecidas competências técnico-profissionais como capacidade de
planejamento, negociação, administração do tempo, comunicação, condução de
reuniões, dentre outras,são desejáveis em qualquer profissional, mas não mais se
constituem naquele diferencial decisivo que deixará a sua marca na história de
uma empresa.
Essas competências já foram codificadas e tentam ser ensinadas a verdadeiras
legiões de profissionais, que se esforçam para adquiri-las. Viraram commodities.
Servem para, no máximo, transformar você em um ou uma gerente mais eficiente,
enquanto as empresas necessitam de líderes eficazes. Servem para torná-los mais
competentes, quando as empresas buscam os profissionais metacompetentes.
O "líder metacompetente" – tomo de empréstimo aqui o conceito análogo de
"Metacompetência" proposto pelo professor Eugênio Mussak – consegue obter
resultados incomuns de pessoas comuns. Surpreende, superando sempre o esperado.
Em vez de simplesmente dar ordens e cobrar rendimento, ele ou ela incentiva cada
um a fazer o seu melhor, porque dá o seu melhor. Não espera acontecer. Cria as
oportunidades. Estimula o senso de urgência, não deixa as coisas para amanhã.
Sabe que a equipe só se beneficia da diversidade dos talentos se houver
complementaridade.
O líder metacompetente incentiva parcerias, apóia iniciativas. Prioriza o que
a equipe precisa, não apenas o que desejam seus integrantes. Consegue o grau de
compromisso e de disciplina necessários para realizar sonhos definidos em
conjunto, não apenas satisfações imediatistas.
Celebra os sucessos e as pequenas vitórias. Distribui parte dos resultados
gerados, em retribuição à comunidade. Avalia desempenho, dá oportunidade, mas
sabe detectar os improdutivos. Consegue o que muitos consideram impossível,
equilibrar a busca do sucesso profissional com suas necessidades pessoais,
familiares, espirituais. Não permite que sacrifícios na esfera pessoal sejam
interpretados como demonstração de lealdade à empresa e recompensados com meras
promoções ou placas de agradecimento. Sabe compatibilizar as pressões da
sobrevivência de curto prazo com as necessidades de longo prazo. O hoje com o
amanhã. Cuida do presente enquanto cria o futuro.
Tento dar uma contribuição ao pensamento e à prática gerencial ao propor que
o novo paradigma da atuação profissional, em qualquer área, seja a idéia de ser
um líder metacompetente, um conceito que nos encoraja a ir muito além do
convencional, do job description, do padrão. Ou seja, a desenvolver competências
que são transversais às competências essenciais.
Trata-se do aprimoramento das qualidades humanas que potencializam a
capacidade técnica. Mais do que bons profissionais o mundo deseja bons seres
humanos, exercendo suas profissões de forma surpreendente. Pessoas que executam
seu trabalho com paixão e colocam sua alma no que fazem.
Metacompetência é o diferencial competitivo que supera as expectativas de
chefes e clientes, garantindo o sucesso dos negócios, empregos e carreiras. E
agora? Você vai se contentar em ser apenas um profissional competente? Ou vai
além?