Administrar o próprio negócio, gerenciar funcionários, controlar para que o
produto vendido ou serviço prestado seja de qualidade é uma tarefa e tanto para
os empresários. A situação é ainda mais complicada para quem não abriu mão da
carreira e segue a vida profissional em outro emprego.
Para poder conciliar as atividades, muitas pessoas optam pelas franquias, por
causa da consultoria inicial que as franqueadoras oferecem. De acordo com o
diretor-executivo da ABF (Associação Brasileira de Franchising), Ricardo
Camargo, em algumas marcas, não é tão necessária a presença física do
proprietário.
Entretanto, ele ressalta que é fundamental que o empreendedor invista no
treinamento da equipe de trabalho. “É importante ter pessoas qualificadas ou
alguém de confiança”, diz.
Para ele, o franqueado deve ter sempre em mente o nível de investimento feito
no projeto e o resultado esperado, para que, no final, a dupla jornada valha a
pena.
Área de atuação
Sobre a escolha da franquia, o diretor da ABF explica que quem deseja ter o
seu negócio e continuar com a sua carreira não precisa necessariamente escolher
marcas que tem a ver com a sua área de atuação. Mas é importante que o
empresário goste da área em que a franquia atua e tenha uma identificação com o
produto.
Um exemplo é a fonoaudióloga Daniela Shayeb. Além de atender pacientes em um
hospital, ela é franqueada da rede Nutty Bavarian. Um estudo realizado pela rede
mostrou que a fonoaudióloga não é exceção, já que 59% dos empreendedores
franqueados se dedicam as outras atividades, sendo que 19% são profissionais da
área da saúde.
A diretora-executiva da Nutty Bavarian, Adriana Auriemo, explica que, como os
profissionais desta área costumam ter mais flexibilidade para gerenciar seu
tempo entre visitas ao quiosque e consultas aos pacientes, “isso, torna o
negócio atrativo para este segmento”.
No caso de Daniela, ela trabalha 30 horas e conta com a ajuda de três
funcionárias, que a mantêm atualizada sobre o empreendimento por telefone,
quando a fonoaudióloga está longe do quiosque. “Passo no quiosque sempre que dá.
Quem trabalha comigo tem uma certa independência, mas têm coisas que que elas
não podem fazer, como resolver alguma pendência com a administração do
shopping”, afirma Daniela.
Engenheiro e empresário
Outro profissional que aposta no sistema de franchising é o engenheiro
Adalberto Vieira. Além de ter sua própria construtora, ele comprou oito
franquias da Mr. Mix. “Eu procurava uma maneira de ter um ganho extra. Fizemos
uma pesquisa de mercado e a franquia atende à demanda da classe C”, explica.
Para poder conciliar a dupla atividade, ele conta com a ajuda de quatro
sócios. Os sócios se revezam nas tarefas das franquias. Até o momento, eles
inauguraram apenas uma loja, mas as outras estão em processo de implantação.
Cada loja deve ter, em média, seis funcionários.
Vieira declarou que gosta de ficar de fora da linha de frente da franquia,
porque assim ele consegue visualizar o negócio como um todo. “Eu gosto de
planejar e executar. O negócio é da maneira que eu imaginei”, finaliza.