Desenvolver uma carta de saída pode deixar portas abertas, mas para isso é
necessário alguns cuidados. O jornal norte-americano The Wall Street Journal
entrevistou dois especialistas que deram dicas de como proceder em uma situação
como essa.
Quanto mais objetiva for a carta, mais chances de sucesso. Na avaliação de
Roy Cohen, conselheiro de carreira e coach executivo, o momento não é de aparar
arestas ou lançar críticas aos superiores, mas sim de apenas comunicar a saída
da empresa.
Este tipo de procedimento, afirma o especialista, faz com que a opção de um
eventual retorno seja possível. A psicóloga e coach de executivos na área
metropolitana de Nova York, Marilyn Puder York, também aconselha a seguir a
mesma tática: "Em vez de empurrar o seu descontentamento com a empresa, você
deve definir um tom positivo desde o início da carta", explica.
Uma maneira de fazer isso é incluir uma ou duas frases, na parte superior do
documento, de modo a evidenciar o apreço pela oportunidade de trabalhar na
empresa e das experiências que ela rendeu.
Comunicação
Os dois especialistas recomendam não esclarecer os motivos da demissão na
carta, não importa o quão tentador a oportunidade possa parecer. "Uma vez que
você tomou a decisão de sair, suas razões agora não importam mais", diz Cohen.
Uma opção é incluir a seguinte frase no final da carta: "Eu ficaria feliz em
discutir os motivos de minha saída, assim como qualquer tipo de apoio especial
que posso oferecer durante este momento de transição", sugere Marilyn.
De acordo com a psicóloga, o ideal é que a carta tenha letra clara, seja
simples e muito direta. Vale adicionar ainda que existe a possibilidade de uma
conversa verbal para sanar qualquer dúvida.
Diferenças
Em algumas empresas, uma carta de demissão formal até pode não ser
necessária, afirmam os especialistas. No entanto, o processo é recomendado, uma
vez que esta ação é cada vez mais rara, podendo assim soar de forma positiva
entre os possíveis leitores dela.
"É a única coisa inteligente e respeitosa para se fazer nesta hora [de
demissão], além de nos fazer profissionalmente bem", diz Marilyn.