Imagine passar metade do seu dia trabalhando com música e, ao cair na noite,
animar e agitar pessoas desconhecidas, que estão lá somente em busca de
diversão. E o melhor: você irá receber por tudo isso. Sim, essa profissão existe
e, apesar de ainda não ser conhecida exatamente como um carreira, a produção de
música eletrônica atrai cada vez mais o público jovem em busca de sucesso
profissional.
“A música eletrônica atualmente tem penetração em todas as camadas da sociedade
e a figura do DJ ganhou muito status. Inclusive, a maioria das pessoas pensa que
ser DJ é simples, que é só por um CD para tocar e agitar os braços para animar o
público”, afirma o professor do curso de Produção de Música Eletrônica da
Anhembi Morumbi, Leonardo Vergueiro.
De acordo com ele, um DJ profissional deve dominar a técnica na hora de mixar,
ter repertório e muita sensibilidade para fazer as pessoas que estão na pista de
dança aproveitarem cada momento.
O que ele faz?
Em tese, o produtor de música eletrônica é o profissional que cria música
através de softwares, samples de áudio e instrumentos virtuais para qualquer
necessidade. O meio de criação e produção é eletrônico e digital.
O profissional formado nesta área pode trabalhar em emissoras de TV e rádio,
produtoras e estúdios de áudio que prestam serviços para o mercado publicitário
e cinematográfico.
Entretanto, o mais comum é começar a se apresentar como DJ em clubes ou festas
privadas, onde o profissional pode mostrar competência e ampliar contatos na
área.
Formação
Segundo o professor, a faixa etária de quem procura o curso de Produção de
Música Eletrônica vai de 18 a 30 anos, com predominância (cerca de 90%) de
alunos do sexo masculino.
Outra característica desse estudante é a experiência: pelos menos 40% da turma
já trabalhou como DJ e está em busca de aperfeiçoamento nas técnicas de
discotecagem.
O curso, que dura dois anos, é composto por disciplinas voltadas à teoria e às
práticas musical, de áudio, de síntese sonora e de ferramentas de produção
musical. Durante esse período, os alunos contam com a possibilidade de
desenvolverem contato com o mundo musical e o mercado de trabalho.
“Os alunos de Produção de Música Eletrônica criam as trilhas sonoras dos
curtas-metragem que os alunos de Cinema produzem, as trilhas sonoras dos
desfiles dos alunos de Moda, as trilhas sonoras dos espetáculos dos alunos de
Teatro e Dança, entre outras tarefas”, revela Vergueiro.
Mercado de Trabalho
Além de produzir música para o mercado fonográfico, o produtor pode criar
trilhas para cinema, televisão, teatro, games, internet e instalações
multimídias através de softwares e hardwares específicos de produção, gravação,
mixagem e masterização.
“Normalmente, o profissional de música eletrônica trabalha no período da tarde
em estúdios e produtoras de áudio e, na madrugada, se apresentando como DJ ou
produtor de música eletrônica”, afirma Vergueiro. “Quando o artista conquista um
reconhecimento no meio, ele costuma viajar bastante para realizar apresentações
em outros estados e países”, completa.
Para se dar bem na carreira, o profissional precisa investir na compra de
equipamentos, atualmente muito mais acessíveis. A maioria trabalha como
autônomo, porém a boa parte dos artistas está vinculada a uma agência de DJs e
produtores de música eletrônica.
“Sobre o ingresso no mercado de DJs, não diria que é difícil. Tudo vai depender
da força de vontade, talento, qualidade musical e principalmente se o artista é
uma pessoa que se relaciona bem com quem já está no meio”.
Alguns produtores brasileiros, explica o professor, seguem para o exterior,
desenvolvem e consolidam uma carreira por lá. Quando voltam valorizados, são
frequentemente chamados para trabalhos diversos.