O trabalho da equipe corria muito bem até que dois imprevistos aconteceram:
um dos membros se demite e uma das gerentes anuncia a todos que está grávida. O
que o líder e os demais integrantes do grupo devem fazer nessa hora?
Se não deu para prevenir, o jeito é remediar. De acordo com o CEO (Chief
Executive Officer) do Grupo Soma, Antonio Carminhato, quem ficou na equipe e,
principalmente, o líder terão que fazer o trabalho de quem saiu.
"Em tese, o líder deve ter a capacidade de desenvolver todas as atividades de
seus subordinados, com mais ou menos dificuldade. Ele precisa fazer, ainda que
não seja especialista no assunto", afirma Carminhato. O que pode ser perigoso é
o gestor delegar aos que ficaram todas as atividades do membro que saiu, sem se
responsabilizar por parte delas. Desta forma, há o risco de a equipe se sentir
sobrecarregada.
Prazos não cumpridos
O cumprimento dos prazos é um imperativo nas empresas, que hoje, mais do que
nunca, visam aos resultados. Agora, imagine se alguém da equipe aparece um dia
antes da entrega do projeto avisando que não irá conseguir terminar sua parte. O
líder precisa agir rapidamente, se quiser manter seu emprego e a imagem do
departamento.
A recomendação do CEO do Grupo Soma é socializar o trabalho para o cumprimento
do prazo, mesmo que isso signifique sobrecarga de trabalho para alguns. Já a
reação perante o funcionário que não cumpriu seu prazo depende da cultura da
empresa.
Algumas são tolerantes. Em outras, se o profissional não cumpre prazos e metas,
é imediatamente cortado, sem que tenha uma segunda chance. Existem ainda
empresas cuja característica é a alta especialização de seus profissionais, o
que as torna dependentes de alguns funcionários. Nelas, a tolerância com erros é
maior, pois se sabe da dificuldade de substituir alguém muito especializado.
Prevenir é possível
Sem dúvida, o inesperado sempre acontece. Entretanto, na medida do possível, é
importante prevenir algumas situações. Se alguém da equipe se casou, por
exemplo, a chance de gravidez é grande. Não é aconselhável, portanto, dar um
projeto de longo prazo a esta pessoa.
Aliás, o mais aconselhável é, antes de iniciar um grande projeto e dividir as
funções, conversar com cada um de maneira sincera. "O líder deve se reunir com o
subordinado, avisar que o projeto irá demorar um ano para ser realizado e
questionar: posso contar com você? Se o empregado piscar, já se sabe que não
pode contar com ele", diz Carminhato, ao explicar uma forma de prever, sem muita
precisão, é claro, futuras demissões.
Outra coisa muito importante: a empresa deve sempre ter um plano B, um processo
alternativo. Isso significa que é importante que todos os colaboradores saibam
desenvolver atividades que antecedem e procedem as que realizam. "Em uma
indústria, o operário que realiza o 15º processo precisa saber fazer o 14º e o
16º".
"O executivo de visão antecipa situações que não estão nítidas. Em locais com
neblina, as pessoas só enxergam 50 metros à frente. O bom líder enxerga além
disso, vê uma curva perigosa e desacelera. Ele toma atitudes para solucionar o
óbvio e o imponderável", conclui o especialista.