Negócios / Empreendedorismo - Saiba o que são e como operam as lojas pop up, que nascem com dias contados
Na internet, pop up remete àquelas janelas extras que abrem no navegador ao
visitar uma página ou acessar uma hiperligação. Normalmente, surgem “do nada”,
ao você visitar uma página, e podem ser fechadas facilmente. Talvez daí a
conexão com as lojas pop up, uma nova tendência que está se consolidando no
comércio brasileiro.
Trata-se de um sistema onde as lojas se instalam temporariamente para aproveitar
oportunidades, momentos ou contextos com grande oferta de clientes. Em geral, as
lojas não duram mais que seis meses. Outra possibilidade é usar a loja pop up
como um teste para avaliar o mercado antes de apostar em um empreendimento
definitivo.
Embora seja uma proposta que ganhou força apenas recentemente no Brasil, as pop
up stores não são exatamente novidades. Pelo mundo, a estratégia de explorar
momentos ou datas com lojas temporárias já envolveu grandes marcas, como a rede
de varejo norteamericana Target.
Proposta
Não confundir com as tradicionais outlets ou com bazares que tem mera
intenção de liquidar produtos. O sócio da Gouvêa de Souza Marketing, Varejo e
Canais de Distribuição, Alberto Sorrentino, explica que as lojas pop up têm
focos bem definidos. “São tentativas de firmar uma marca em um espaço inusitado
onde se encontrará um público interessante, um local de grande tráfego ou
mobilidade. Para fazer isso, geralmente as marcas usam estratégias diferentes na
abordagem, marketing, decoração, distribuição de produtos etc. São ações
temporárias, que criam aquele senso de urgência”, explica.
O especialista lembra que muitas operações são desenvolvidas como um teste, já
que, muitas vezes, há poucos imóveis para locação, ou a burocracia trava os
empreendedores de se instalarem de forma definitiva. Também ressalta que as
operações não podem simplesmente repetir o que as lojas já praticam em seus
ambientes convencionais. “Um dos elementos que fazem as operações serem
bem-sucedidas é você oferecer algo que não se repete. Um produto que acabe e não
volte mais, uma experiência diferente agregada ao produto”, ressalta.
Erros
Para o analista, no entanto, é preciso ter atenção redobrada para entrar
nesse mercado. A avaliação é que, além das ações convencionais para instalação
de empresas, como elaboração de um plano de negócios, estudo de mercado
consumidor e planejamento de marketing, os projetos para as pop up precisam vir
acompanhados de ações que diferenciem o estabelecimento do que já existe no
mercado e garantam que o seu curto espaço de tempo terá êxito. “Se a execução
for mal feita, todo projeto pode ir por água abaixo. São falhas como
subdimensionar a demanda, não cumprir padrões de qualidade prometidos, faltar
produtos por busca acima do esperado ou praticar atendimento sem o padrão de
referência da marca”, aponta.
Brasil
No País, ainda são escassas as iniciativas do gênero. Algumas marcas já
apostaram em lojas temporárias em galerias de São Paulo, e outras já se
instalaram temporariamente na rua Oscar Freire, tradicional reduto do varejo
voltado para clientes com maior poder aquisitivo na capital paulista.
Sorrentino lembra, no entanto, que há marcas que já desenvolveram projetos
itinerantes ou lojas sazonais no passado que também caracterizavam modelos pop
ups. O consultor acrescenta ainda que há shoppings que trabalham com esse modelo
atualmente. “Existem shoppings e estabelecimentos pop ups pelo País que abrem
durante a alta temporada de determinada cidade, no inverno ou verão, e quando as
lojas aparecem, precisam pensar em estratégias diferenciadas para chamar a
atenção dos consumidores que estão lá naquele momento", cita.
Referência:
InfoMoney
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Autor:
Equipe InfoMoney
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