Finanças pessoais - Mesmo associada a risco, renda variável pode ser usada para realizar sonhos
Associada ao risco, a renda variável muitas vezes é deixada de lado quando se
pensa na concretização de um sonho. Mas, com cuidado, é possível usar as
aplicações desta categoria para fazer o desejo se tornar realidade.
Para a analista da SLW, Rosângela Ribeiro, é verdade que as pessoas querem mais
segurança quando tratam de um sonho, mas a renda variável pode ser usada para a
concretização de um desejo no “longo prazo”.
Ela defende que, se a pessoa tem um prazo definido para realizar um sonho, a
recomendação é que o dinheiro aplicado vá para títulos de renda fixa, Tesouro
Direto ou CDBs (Certificados de Depósito Bancário). “Para sonhos que possam ser
realizados em prazos maiores que dois anos, recomenda-se o investimento de parte
dos recursos em renda variável ou fundo de ações, clubes de investimento ou a
compra direta de ações na bolsa de valores”, diz Rosângela.
Já para o gerente de renda variável da TOV Corretora, Pedro Alceu, investimento
em renda variável vale a pena se for com um prazo superior a cinco anos. Para
quem quer comprar um apartamento, por exemplo, o prazo é interessante para se
aplicar em ativos do mercado, pois a possibilidade de retorno é maior.
Rumo à bolsa
De acordo com o professor de Finanças da Fiap, Marcos Crivelaro, não é
qualquer aplicação em renda variável a indicada para a busca de um sonho. “Pode
ser ações, que são de mais fácil acesso, ou fundos de ações, porque o dólar, por
exemplo, é mais difícil – seria mais usado para preservar poder de compra para
uma viagem”, explicou.
Mesmo quem optar pela bolsa, de acordo com ele, deve ter bom senso, escolhendo
apenas ações de primeira linha, as chamadas blue chips, e que pagam dividendos.
Os dividendos são pagamentos efetuados pela empresa aos seus acionistas através
da distribuição de parte do lucro líquido da empresa, subdividido de acordo com
as diferentes classes de ação. O montante, a ser pago em dinheiro e de forma
proporcional à quantidade de ações possuídas, deve ser decidido pelo Conselho
Administrativo da empresa. Pela Lei das S.A., deverá ser distribuído um
dividendo mínimo de 25% do lucro líquido apurado em cada exercício.
De acordo com Crivelaro, quanto mais curto o prazo, mais o investidor deve
apostar em ações que pagam dividendos e menos ele deve fazer operações de compra
e venda na bolsa. Já perto do prazo de concretizar o sonho, para não correr
muitos riscos, ele indica que a pessoa se torne mais conservadora em sua
aplicação. “Perto do prazo, não reinvista o dinheiro, vá para a renda não
variável”.
Investimentos
Para Alceu, da TOV, o valor destinado à renda variável não deve ultrapassar
os 35% do total da reserva do investidor.
Para quem escolher a bolsa e for paciente, ele indica o prazo de dez anos no
mercado acionário. “O prazo mais longo aumenta a certeza de ganho sobre a
turbulência”, afirmou Alceu.
Ele indica que se destine 70% do montante para renda variável em ações de
primeira linha. “Não só as tradicionais Petrobras e Vale, mas setores que
apresentem bom potencial, como aço e commodities. Os outros 30% podem ser
direcionados a small caps, empresas de menor porte, mas que têm potencial de
crescimento”.
Cuidados
Quem vai optar pela renda variável para realizar um sonho deve tomar alguns
cuidados. Confira abaixo os indicados por Rosângela, da SLW:
Procurar uma instituição financeira confiável;
Analisar o histórico de rentabilidade dos fundos, clubes e carteiras de
investimento.
Não investir todo o patrimônio em renda variável, no máximo 35% do total.
Referência:
InfoMoney
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Autor:
Flávia Furlan Nunes
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