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Investimentos / Fundos - Fundos multimercados oferecem estratégia pronta de diversificação 

Data: 23/04/2010

 
 
Investidor aplica em um único fundo e pode ter títulos públicos, crédito privado, ações, câmbio e derivativos em sua carteira

Bolsa de valores: renda variável potencializa a rentabilidade dos multimercados

Não colocar todos os ovos na mesma cesta. Eis o valioso conselho dos especialistas em finanças pessoais quando o assunto é investir. Quem tem experiência em aplicações e algum capital acumulado já pode começar a pensar na diversificação da carteira. Segundo especialistas, uma boa opção são os fundos multimercados que, por sua própria natureza, são bastante sortidos em matéria de ativos, rentabilidade e riscos. De modo geral, no entanto, são voltados para quem quer ter rendimentos maiores que o da renda fixa, mas podem exigir um prazo de aplicação maior para que esses resultados apareçam.

Como o próprio nome diz, os fundos multimercados têm múltipla personalidade: aplicam em papéis tão distintos quanto títulos de renda fixa, ações, derivativos e câmbio (saiba mais sobre cada um desses ativos na página 2). Embora o risco e o retorno variem de acordo com a composição da carteira, esses fundos são normalmente mais arriscados e rentáveis do que os de renda fixa e os referenciados. Um multimercado bem-sucedido, por exemplo, pode chegar a uma rentabilidade de mais de 50% ao ano, enquanto que um de renda fixa não varia muito e dá um retorno de pouco mais de 10% ao ano. Mas como operam ativos com alta volatilidade, sempre há o risco de amargar perdas acentuadas no curto prazo com os multimercados.

Diferentes ativos, diferentes estratégias, diferentes graus de risco, diferentes perfis de investidor. Não existe uma definição precisa de como devem ser os cotistas desses fundos, mas é melhor que não sejam marinheiros de primeira viagem. "São investidores que começam a querer diversificar e buscam um pouco mais de rentabilidade. Podem estar, por exemplo, insatisfeitos com o retorno dos seus investimentos em renda fixa, mas não querem colocar um risco muito forte na carteira", esclarece o superintendente de investimentos de renda variável do Banco Santander, Alexandre Silvério.

Por aplicarem em ativos de grande volatilidade no dia a dia, os fundos multimercados também são desaconselháveis para quem não pode arcar com resultados negativos no curto prazo. Quem precisa comprar um imóvel em breve ou terminar de pagar uma dívida não deve investir seus recursos num fundo desse tipo pois tem pouco tempo para fazê-los render - o que torna a decisão arriscada. O ideal, nesses casos, são os fundos mais conservadores, de renda fixa ou DI. "No longo prazo, no entanto, os multimercados estão entre os fundos mais rentáveis, se tornando boas opções para quem quer aumentar e acumular o patrimônio", explica Marcelo Figueiredo, superintendente de alocação de recursos do Banco Fator.

Mas os especialistas alertam que um investidor experiente e cauteloso deve se cercar de todos os lados e não abrir mão de aplicações conservadoras quando se aventura pelos fundos mais arriscados. "Mesmo o investidor arrojado tem que ter uma posição conservadora para possíveis necessidades de curto prazo", diz Antônio Cássio Segura, gerente executivo da área de varejo do Banco do Brasil. O especialista sugere que uma parcela do patrimônio - de 30% a 70%, dependendo do perfil do investidor - deve permanecer aplicado em fundos mais conservadores para emergências, como uma doença na família, ou para planos de curto prazo, como uma viagem nas próximas férias.

O executivo do BB também faz alguns alertas. Só se deve começar a diversificar os investimentos quem já criou um "colchão de liquidez" - ou, mais precisamente, uma reserva de ao menos 20.000 reais. Também não é bom ficar migrando os recursos de um fundo para outro com frequência porque a alíquota do Imposto de Renda diminui na proporção do tempo em que o investidor deixa aplicado o seu dinheiro num mesmo fundo. Por isso, a diversificação deve ser bem estudada.

Especialistas também afirmam que o fundo multimercado pode ser uma maneira inteligente de diversificar o dinheiro para quem tem poucos recursos. Dividir 25.000 reais em cinco fundos diferentes, por exemplo, deverá fazer com que o aplicador pague taxas altas de administração em todos eles. Já se os recursos ficarem concentrados em um único fundo multimercado que já oferece uma estratégia de diversificação pronta, o aplicador poderá ter acesso a um fundo melhor com um custo menor. "As taxas de administração dos fundos com tíquetes de entrada mais baixos são maiores. Pode não valer a pena. Às vezes é melhor esperar e poupar o dinheiro suficiente para investir num fundo de tíquete mais alto", explica Segura.

Múltiplos graus de risco

Os fundos multimercados podem atuar no mercado de juros, de câmbio ou na bolsa. No primeiro, normalmente investem em títulos públicos pós-fixados indexados à inflação ou prefixados, além de outros contratos futuros de juros e derivativos envolvendo índices de inflação, como o IPCA. No mercado cambial, os instrumentos são contratos futuros dólar-real ou atrelados a outras moedas de alta liquidez, como euro e libra. E na bolsa, operam tanto ações à vista quanto contratos futuros.

Por fazerem operações com derivativos (caso dos contratos futuros), pode parecer, à primeira vista, que os fundos multimercados são extremamente arriscados. Mas, na verdade, essas operações têm, na maioria das vezes, função de proteger a carteira, o chamado hedge. Isso porque, quando faz uma operação desse tipo, o gestor negocia a compra ou venda de um ativo no futuro a um preço vantajoso para o fundo, baseado na expectativa em relação ao valor daquele ativo na data de vencimento. Assim, se os gestores acertam a previsão, o fundo consegue ganhar.

Mas os fundos multimercados apresentam riscos bastante distintos apesar de fazerem parte da mesma categoria. Em geral, os multimercados possuem uma volatilidade maior que os fundos DI e os de renda fixa. Em relação aos fundos de ações, podem ser mais ou menos arriscados, dependendo da composição da carteira. Fundos multimercados podem ter perdas reais, enquanto que fundos de ações que aplicam em papéis de empresas grandes, rentáveis e duradouras costumam ser rentáveis no longo prazo apesar da eventual volatilidade no curto prazo.

De fato, o que influencia o risco de um fundo multimercados é uma combinação de fatores. Um deles é a possibilidade ou não de alavancagem, isto é, de perdas maiores do que o patrimônio do fundo. Um fundo está alavancado quando coloca a risco, em geral como garantia de um contrato derivativo, um valor maior que o seu patrimônio. Isso normalmente é feito com objetivo de proteção, mas pode tornar o retorno - ou o prejuízo - bem maior. O fundo também pode estar alavancado "mais de uma vez", o que potencializa possíveis perdas.

A maior parte dos fundos multimercados admite alavancagem, com exceção dos balanceados, muito usados para fins de previdência complementar. "Fundos que priorizam renda fixa são, em geral, menos arriscados. Mas se tiverem grau de alavancagem alto, podem ter mais chances de perda do que os que operam renda variável com alavancagem menor", exemplifica Alexandre Silvério, do Santander.

Outro fator que afeta o risco é a composição da carteira. "Alguns fundos multimercados são relativamente conservadores, nunca ficam negativos", diz Marcelo Figueiredo, do Banco Fator. Um fundo que aplica mais em ativos de renda fixa de baixo risco, por exemplo, é mais conservador do que aquele que prioriza títulos de crédito privado ou renda variável. Fundos bem diversificados também estão, em geral, mais protegidos contra grandes perdas do que aqueles que concentram seus recursos em alguns poucos ativos. "A diversificação protege a carteira", completa Figueiredo.

Desempenho e custos

"A performance positiva dos fundos multimercados está atrelada a cenários econômicos mais otimistas. Os cenários de crise são avessos a risco. Uma economia aquecida dá mais oportunidades para esses fundos", esclarece George Ohanian, professor de finanças do Isnper/Ibmec. No entanto, gestores habilidosos e carteira bem diversificada podem acabar driblando as armadilhas do mercado e protegendo os investimentos contra grandes perdas.

Alguns cenários econômicos, no entanto, podem beneficiar mais um tipo de fundo multimercado do que outros. Por exemplo, quando a volatilidade está baixa, e o mercado caminha numa direção muito clara, fundos de estratégia macrodirecional - ou seja, aqueles cujos gestores apostam em tendências - costumam se dar melhor. Mas quando o mercado não tem uma direção clara, com grandes variações na bolsa e no câmbio, fundos de arbitragem, como os long and short, saem ganhando. Isso porque seus gestores apostam na distorção de preços de ativos, ou seja, têm rentabilidade com ativos que oscilam muito e tendem a voltar a seu preço normal.

Devido à complexidade de operação de um fundo multimercados, seus gestores devem ter grande habilidade para fazer a melhor alocação dos recursos dos cotistas no momento mais propício. Por isso, as taxas de administração desses fundos costumam ser mais altas que os de renda fixa e referenciados, com uma média em torno de 2% ao ano. "Aplicar em um fundo multimercados depende do quanto você acredita na capacidade do gestor. Parte-se o pressuposto de que ele vai acertar mais do que errar", analisa Renato Ramos, um dos diretores de investimentos do HSBC (saiba mais sobre as taxas cobradas pelos fundos).

Embora não se balizem por um único indicador, os multimercados normalmente cobram também taxa de performance em cima do CDI. O mais comum é que 20% do ganho acima do CDI fique com o gestor. "Essa é uma das grandes controvérsias do mercado, pois o CDI não é o melhor índice para explicar a rentabilidade de um multimercado", diz Marcelo Figueiredo, do Fator. O especialista explica que, para checar o desempenho de um fundo desse tipo é importante levar em conta outros indicadores, além da rentabilidade de seus investimentos ao longo do tempo e em relação ao restante do mercado. "Por isso é importante o investidor conversar bastante com os especialistas", diz.

Além das taxas, também pesam no bolso do investidor o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e o Imposto de Renda (IR). No entanto, o primeiro só é cobrado quando os resgates são feitos em um período inferior a trinta dias ou antes do fim do prazo de carência do fundo, se houver, com base em uma tabela regressiva que vai de 96% a 0% sobre o rendimento. Ou seja, fazer o resgate antes de um mês de aplicação pode corroer boa parte do ganho do investidor.

Já o IR é recolhido no último dia útil dos meses de maio e novembro e no momento do resgate. A cobrança é feita com base em uma tabela regressiva que varia de 22,5% a 15%, sendo a primeira alíquota válida para as aplicações com até 180 dias e a última válida para aquelas superiores a dois anos. Isso acaba incentivando a aplicação de longo prazo, pois quanto mais tempo o dinheiro fica investido, menos o investidor paga de imposto.

Expansão

Os fundos multimercados vêm se popularizando no Brasil nos últimos anos, concentrando em torno de 25% do patrimônio líquido total da indústria. Isso já é quase equivalente ao percentual investido em renda fixa. Ao mesmo tempo, a indústria tem observado uma redução da participação relativa dos fundos mais conservadores - DI e renda fixa - historicamente preferidos pelos brasileiros. E especialistas do setor esperam um crescimento da participação de fundos mais sofisticados como o multimercados para os próximos anos.

"A tendência de buscar renda fixa e DI no Brasil tem vinte anos. O brasileiro vem calejado de crises sucessivas. Mas a procura por produtos mais sofisticados deve crescer", explica Demósthenes Pinho Neto, vice-presidente da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Ele admite que o brasileiro não tem, em geral, tendência a assumir grandes riscos. Mas, ainda assim, o mercado trabalha com a possibilidade de queda na taxa de juros no longo prazo, o que favorece o setor produtivo e, consequentemente, a migração de recursos para fundos que operam renda variável.

As tendências mostram que o mercado e o investidor brasileiros estão um pouco mais maduros. De um lado, os fundos multimercados vêm se sofisticando, com a oferta de mais instrumentos, o que inclusive encarece as taxas de administração. Cada vez mais empresas abrem seu capital na bolsa, o crédito privado está se popularizando e já é possível investir em fundos no exterior. Por outro lado, o brasileiro está estabelecendo uma visão de longo prazo ao investir. Durante a crise de 2008, por exemplo, foi o varejo que segurou a Bolsa, pois não houve fuga em massa dessa categoria. "O investidor brasileiro está mais instruído, e a indústria de fundos tem se preocupado em orientá-lo. Cada vez mais o investidor entende esses produtos sofisticados", acredita Alexandre Silvério, do Santander.

Tipos de fundos multimercados

A Anbima classificou os fundos multimercados segundo as estratégias adotadas pelos gestores para atingir os objetivos. De forma geral, a maioria dos fundos dessa categoria se encaixa, no entanto, nas classificações macro e multiestratégia. Conheça a seguir a definição da Anbima para cada classe:

Multimercados Macro - Fundos que realizam operações em diversas classes de ativos (renda fixa, renda variável, câmbio, etc.) definindo as estratégias de investimento baseadas em cenários macroeconômicos de médio e longo prazo, atuando de forma direcional. Admitem alavancagem.

Multimercados Multiestratégia - Fundos que podem adotar mais de uma estratégia de investimento, sem o compromisso declarado de se dedicarem a uma em particular. Boa parte dos grandes fundos se encaixa nessa classificação. Admitem alavancagem.

Multimercados Trading - Fundos que concentram as estratégias de investimento em diferentes mercados ou classes de ativos, explorando oportunidades de ganhos originados por movimentos de curto prazo nos preços dos ativos. Admitem alavancagem.

Multimercados Multigestor - Fundos que têm por objetivo investir em mais de um fundo geridos por gestores distintos. A principal competência envolvida consiste no processo de seleção de gestores. Admitem alavancagem. São os Fundos de Investimento em Cotas de Fundos de Investimento (FICFIs), também conhecidos como "fundos de fundos".

Multimercados Juros e Moedas - Fundos que buscam retorno no longo prazo através de investimentos em ativos de renda fixa, admitindo-se estratégias que impliquem risco de juros do mercado doméstico, risco de índice de preço e risco de moeda estrangeira. Excluem-se estratégias que impliquem em risco de renda variável (ações etc.). Admitem alavancagem.

Multimercados Estratégia Específica - Fundos que adotam estratégia de investimento que implique riscos específicos, tais como commodities ou futuro de índice. Admitem alavancagem.

Long and Short Neutro - Fundos que fazem operações de ativos e derivativos ligados ao mercado de renda variável, montando posições compradas e vendidas, com o objetivo de manterem a exposição neutra ao risco do mercado acionário. Isso significa que não importa se a bolsa vai cair ou subir para o sucesso da estratégia. Os recursos remanescentes em caixa devem ficar investidos em operações permitidas ao tipo Referenciado DI. Admitem alavancagem.

Long and Short Direcional - Fundos que fazem operações de ativos e derivativos ligados ao mercado de renda variável, montando posições compradas e vendidas. O resultado deve ser proveniente, preponderantemente, da diferença entre essas posições. Os recursos remanescentes em caixa devem ficar investidos em operações permitidas ao tipo Referenciado DI. Admitem alavancagem.

Balanceados - Fundos que buscam retorno no longo prazo através de investimento em diversas classes de ativos (renda fixa, ações, câmbio, etc.). Em outras palavras, balanceiam investimentos em renda fixa e variável, mantendo um percentual quase fixo de cada "lado". Estes fundos utilizam uma estratégia de investimento diversificada e deslocamentos táticos entre as classes de ativos ou estratégia explícita de rebalanceamento de curto prazo. Devem ter explicitado o mix de ativos (percentual de cada classe de ativo) com o qual devem ser comparados. Assim, esses fundos não podem ser comparados a indicador de desempenho que reflita apenas uma classe de ativos (por exemplo: 100% CDI). Não admitem alavancagem. Produto interessante para previdência complementar.

Capital Protegido - Fundos que buscam retornos em mercados de risco procurando proteger parcial ou totalmente o principal investido.



 
Referência: Portal Exame
Autor: Julia Wiltgen
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