Carreira / Emprego - Como se desenvolve os melhores talentos nas empresas
Os presidentes dizem: Queremos que estes jovens talentosos fiquem na minha
empresa por 15 anos. Esses jovens quando perguntados dizem: Quero estar nesta
empresa por mais dois anos.
Uma enorme contradição: o mundo mudou mas as expectativas de quem esta no poder
não... e as ferramentas de desenvolvimento de pessoas estão alinhadas com este
novo mundo?
Um dos problemas freqüentes que observamos nas nossas pesquisas é que uma grande
parte das empresas não utiliza uma abordagem global e sistemática para o
desenvolvimento de talentos. Nem bem sabem o que é talento ou líder. Apesar de
as empresas nos últimos anos se empenharem nesse sentido, definindo as
estruturas de competência, estas ainda são, em geral, excessivamente genéricas
para que, de fato, possam ser úteis. Os meios tornam-se fins em si mesmos, e as
forças-tarefa da empresa gastam muito tempo e dinheiro produzindo longas listas
de expectativas estéreis de qualidades desejáveis.
Por que será que essa trajetória das competências é tão difícil? Uma das
respostas a essa pergunta é que, não raramente, as empresas usam o conceito de
competência de várias formas, sem se dar conta de que aplicam diferentes tipos
de lógica. São quatro tipos de lógica que orientam o desenvolvimento de
talentos.
A primeira lógica diz que se deve ter foco nas pessoas que apresentam alto
desempenho. Tais indivíduos excepcionais são estudados para que suas
características mais relevantes sejam evidenciadas. Essa abordagem tem algumas
vantagens claras. Ela dá uma aparência de legitimidade científica ao aspecto
soft da gestão de talentos. O fato de os gestores serem estudados facilita sua
aceitação e sua implementação. Isso é, acima de tudo, pragmático; com o ajuste
cultural adequado os resultados podem ser facilmente incorporados ao processo de
avaliação de desempenho, aos critérios de seleção e aos esquemas de treinamento.
A segunda forma de encaminhar o desenvolvimento dos talentos se baseia na
tradução de uma estratégia futura incorporando as suas respectivas implicações
na seleção e no desenvolvimento de talentos. Apesar de essa lógica não
apresentar o rigor e a legitimidade da abordagem anterior, sua grande vantagem é
que ela é orientada para o futuro. Por isso, é bastante atraente para a direção
das empresas que passam por mudanças e transformações substantivas e para
aquelas que operam em ambientes de alta mobilidade competitiva.
A terceira lógica é baseada em valores e apesar de ser normalmente incorporada a
uma estrutura de competências, é, na verdade, mais ampla que isso. A lista de
valores é o fio condutor sendo esta lógica denominada como baseada em filosofia.
Neste ambiente, os recrutados aprendem devagar enquanto são socializados na
empresa.
A forma de desenvolvimento dos talentos baseada em aprendizagem, que se revela
como a quarta possibilidade, está relacionada com a discussão de que os desafios
são oportunidades de aprendizagem. Se isso é verdadeiro, então duas qualidades
são importantes para o desenvolvimento: primeiro, a predisposição para enfrentar
novos desafios; segundo, a competência de aprender bem e rapidamente com
experiências positivas e negativas. Algumas pessoas não apresentam predisposição
para enfrentar novos desafios. Elas preferem explorar as competências que já têm
e aceitam desafios moderados, sem muita pressão, com acompanhamento generoso, de
forma que haja espaço para as atividades da vida privada. Os desafios envolvem
prioridades ou sacrifícios, dependendo da perspectiva de cada pessoa. Não é
suficiente abraçar os novos desafios com confiança. É preciso ter competência
para aprender com suas experiências. Os ciclos rápidos de mobilidade reforçam
essa condição.
O desespero atual por capturar e reter os talentos é tão grande que muitas
empresas não estão se dando conta de que muitos indivíduos incompetentes são
excessivamente confiantes, não enxergam suas dificuldades; são, por isso,
incapazes de aprender com seus sucessos e erros e, principalmente, mostram-se
suscetíveis ao descarrilamento.
Você já pensou de forma estruturada qual a lógica que sua empresa está adotando?
Não sabe? Não tem? Nesta era marcada pela descontinuidade e quando o
constrangimento de crescimento das organizações é proporcional à qualidade e
quantidade das pessoas que estão no seu time, você não tem alternativa... terá
de melhor estruturar este processo e ajustar expectativas. Um belo desafio!
Referência:
anefac.com.br
|
|
|