Tempos de insegurança econômica fazem com que os consumidores deixem de
adquirir bens e serviços que não consideram essenciais, como lazer e viagens,
por exemplo. Nos primeiros seis meses do ano passado, a crise também afetou
outro setor que retomou o crescimento a partir do segundo semestre: o de
blindagem de veículos. Com a economia mais equilibrada – e a violência ainda em
alta – os condutores voltaram a se preocupar com segurança. Mas, você sabe
quanto custa e o que é preciso para ter essa proteção?
Blindar um veículo é para poucos. De acordo com a Abrablin (Associação
Brasileira de Blindagem), o valor médio da blindagem é de R$ 47.550. Pelo mesmo
montante, por exemplo, é possível comprar um carro zero quilômetro - ou dois!
Segundo um balanço feito pela associação, 71% das pessoas que blindaram os seus
veículos no ano passado eram executivos e empresários.
Proteger um veículo, porém, não é tão simples assim. É preciso consultar
empresas especializadas, que possam avaliar as suas necessidades, para verificar
o nível de proteção que deve ser colocado no veículo.
Para começar, essas empresas precisam ter registro junto ao Exército. “As
empresas que produzem, comercializam ou realizam qualquer outra transação
comercial com este tipo de produto (mesmo as locadoras de veículos blindados)
precisam possuir o Certificado de Registro junto ao Exército. Sem esse
documento, essas empresas funcionam irregularmente”, ressaltou, por meio de
nota, o presidente da Associação, Christian Conde. E mesmo se apresentar o
registro, a empresa que realizará o serviço precisa de uma autorização
específica para cada veículo que for blindar.
O que preciso fazer para blindar o carro?
Depois de definida a empresa, o condutor deve realizar alguns procedimentos
antes de pedir a realização do serviço. De acordo com a Abrablin, para blindar o
veículo o proprietário deve apresentar RG, CPF, comprovante de residência, o
CRLV do veículo, certidões negativas criminais da Justiça Federal, Estadual e
Militar dos últimos cinco anos e atestado de antecedentes criminais, emitido
pela Polícia Civil.
Todas essas exigências servem para evitar que os veículos protegidos sejam
utilizados por outras pessoas, que não o proprietário, para outros fins. Depois
desse procedimento, é preciso aprovação da RM (Região Militar) para liberar a
execução do serviço. O órgão do Exército informará ao Detran (Departamento de
Trânsito Estadual) sobre o serviço e o proprietário só poderá retirar o veículo
da blindadora após registro no Detran.
Quando retirar o veículo da blindadora, fique atento, pois você deve receber
um Termo de Responsabilidade da empresa, no qual constam todos os materiais
utilizados. A Abrablin ressalta que o documento é a garantia do cliente de que a
blindadora utilizou de fato os materiais que fazem com que o carro tenha a
proteção contratada.
Onde a proteção pode ser aplicada?
Vidros, lataria, acessórios e até os pneus do carro podem ser blindados. No
caso dos vidros, a proteção varia de acordo com o nível de blindagem avaliado e
contratado pelo proprietário do veículo. Para blindá-los, é preciso retirá-los.
A blindagem de lataria e acessórios varia de acordo com a empresa. No
primeiro caso, existem empresas que utilizam aço para instalar a proteção.
Porém, dificilmente toda a lataria é revestida com aço, porque isso deixaria o
veículo pesado. Por isso, muitas empresas optam por utilizar aramida, um
material resistente, mas mais leve que o aço. Contudo, segundo a associação, a
aramida eleva o custo da blindagem.
No caso dos pneus, a blindagem não é total, isso porque a proteção deixaria o
equipamento mais pesado, impossibilitando o movimento em veículos de passeio. O
que se faz é instalar um reforço que prende o pneu à roda, permitindo que o
carro mantenha movimentos por alguns quilômetros.
Os cinco modelos mais blindados
Balanço da associação mostra que, ao longo do ano passado, o Corolla, da
Toyota, se manteve na primeira posição do ranking de modelos mais blindados. O
Captiva, da General Motors, ficou na segunda colocação do ranking, seguido do
Freelander, da LandRover, e da Hillux, da Toyota. O quinto lugar no primeiro
semestre ficou com o Outlandar, da Mitsubishi, e, no segundo semestre, com o
Azzera, da Hyundai.