Pesquisa da Fundação Procon-SP revelou que os preços dos brinquedos podem
variar até 133% em São Paulo, dependendo da loja. Para evitar pagar mais pelo
presente do Dia das Crianças, o ideal mesmo é pesquisar e não deixar para a
última hora. Porém, em se tratando de crianças, os pais devem adotar cuidados
que vão além do bolso.
Qualquer que seja o presente escolhido, verificar a qualidade do produto é tão
fundamental quanto ficar de olho nos preços, na avaliação do advogado
especialista em direito do consumidor Arthur Rollo. Ele aconselha os
consumidores a ficarem atentos a certos detalhes que, se deixados de lado, podem
comprometer a compra e, muitas vezes, a segurança dos pequenos.
De olho na embalagem
A primeira recomendação é verificar a existência do selo do Inmetro, se o
presente escolhido for um brinquedo. “Ainda que ele não seja uma garantia
absoluta, porque em passado recente já houve o recall de brinquedos
certificados, traz sempre uma segurança a mais”, ressaltou Rollo, por meio de
nota.
Contudo, o advogado alerta para as falsificações do selo que vêm ocorrendo no
País. Por isso, a compra do brinquedo deve ser feita em estabelecimentos de
confiança.
A importância do selo vai além da garantia de que o produto cumpre as exigências
da lei e as normas de segurança. Os brinquedos certificados também trazem
informações relevantes que ajudam os pais na hora da escolha, como a idade da
criança a quem o produto é destinado.
“Brinquedos recomendados para crianças de cinco anos não devem ser adquiridos
para presentear crianças mais novas, porque geralmente contêm peças pequenas,
que podem ser mal utilizadas”, afirma Rollo. “Portanto, ainda que o brinquedo
seja perfeito, se for inadequado à idade da criança, ela poderá sofrer danos”.
Por isso, o especialista não recomenda a compra de produtos “piratas”. “Esses
brinquedos não atendem aos padrões de qualidade exigidos no Brasil”, reforçou.
“Ainda que aparentemente a compra seja vantajosa, já vimos casos em que a tinta
do brinquedo era tóxica e a resistência inadequada, o que fez com que soltasse
peças pequenas que colocaram em risco a criança”.
Troca e nota fiscal
Pedir a nota fiscal no momento da compra não só evita que o lojista sonegue
impostos como assegura a troca do produto. “A exigência da garantia e de
eventuais trocas fica muito mais fácil a partir da nota fiscal”, lembra o
advogado. Contudo, ele aconselha que o consumidor pergunte se o estabelecimento
efetua a troca de produtos que não estiverem de acordo com o gosto da criança.
Cabe ressaltar que o Código de Defesa do Consumidor apenas garante a troca de
produtos com defeito. “Ainda que a impossibilidade de troca deva ser
ostensivamente informada ao consumidor, não custa ele prevenir problemas
perguntando”, aconselha Rollo.
Organize-se
Evitar comprar o presente dos pequenos na última hora evita transtornos,
filas longas, a falta do brinquedo desejado e um preço maior. “Quanto mais perto
da data, maior é a possibilidade de não encontrar o produto pretendido e, diante
da maior procura, costumam ser menores as promoções e maiores os preços”,
explica.
E antes de sair de casa, o advogado recomenda que os pais utilizem a internet a
seu favor. “A pesquisa fica mais fácil”.