Ao analisar o comportamento de universitários do curso de administração, a
pesquisadora Neuza Abbud chegou à conclusão de que parte deles não consegue
apreender em sua totalidade os significados dos conceitos que são transmitidos
em sala de aula. A constatação, em especial visando o futuro ingresso desses
alunos no mercado de trabalho, pode ser preocupante.
Segundo Neuza, pensadores e estudiosos consideram que executivos eficientes no
mundo global devem revestir seu desempenho com atributos de empreendedorismo,
criatividade e racionalidade técnico-científica, saber pensar na teoria e
prática.
“Tais atributos são características essenciais para a concepção, execução e
avaliação de inovações e descobertas, tanto no campo de projetos quanto no caso
de produtos concretos”, diz Neuza.
Ela completa: “Eles não têm independência para raciocinar e proceder em suas
atitudes de forma lógica, porque estão condicionados a apenas reproduzir”.
Observação
De acordo com informações da Agência USP, a especialista solicitou aos
alunos que fizessem uma redação sobre temática que os conduzisse ao relato de
atividades vinculadas ao curso, que eles empreendiam profissionalmente.
Além disso, eles deveriam descrever as dificuldades e como viam a ligação desta
atuação ao que foi aprendido no primeiro semestre do curso de administração
“Qualquer palavra era o suficiente para que eu fizesse o aluno se perguntar
sobre quanto do significado desta palavra ele realmente entendia. Por meio de
perguntas e mais perguntas, o estudante era instigado a refletir em busca de uma
resposta, confirmando, ao final, o que poderia vir a ser o tema do pré-projeto
científico a ser estruturado com base no método científico”, descreve Neuza.
“Os estudantes acabam emitindo opiniões do senso comum e não desenvolvem
críticas ou raciocínios inovadores por ausência de argumentos que eles mesmos já
tenham refletido a respeito”, destaca.