Estudo mostra que o empréstimo pessoal contratado em agência bancária embute
juros menores que o crediário do varejo
Empréstimos pessoais, concedidos em bancos, podem valer mais a pena na hora
de comprar
Que o ideal é sempre comprar à vista e não se endividar é mais do que claro
para qualquer consumidor consciente. Infelizmente, ninguém está imune as
facilidades da compra a prazo. Afinal de contas, por uma parcela pequena, mês a
mês, é possível adquirir, imediatamente, uma televisão de última geração, uma
geladeira nova ou outros bens de consumo.
O que pouca gente parece saber é que pode haver uma enorme diferença entre os
juros pagos no crediário, feito na própria loja, e as taxas de um empréstimo
pessoal, contratado em instituições bancárias. Cálculos recentes, realizados
pela Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e
Contabilidade), apontam que, em média, empréstimos pessoais, desde que
concedidos por bancos, podem sair muito mais em conta do que financiar um bem
diretamente no estabelecimento comercial.
Em junho de 2010, por exemplo, a média mensal das taxas de juros, para pessoa
física, da categoria considerada pela Anefac como juros do comércio, na qual se
encaixam crediários, ficou em 5,88% ao mês, enquanto que, para os empréstimos
pessoais, em bancos, a custo médio cai para 4,87%. "É preferível pegar um
empréstimo no banco e negociar o valor do produto para um pagamento à vista
direto na loja", explica Miguel Ribeiro de Oliveira, vice-presidente da Anefac.
Oliveira diz, no entanto, que é importante comparar as taxas para que o
consumidor tenha subsídios suficientes para escolher qual linha de crédito cabe
melhor no seu bolso. O comprador deve analisar tanto a taxa de juros em si
quanto a CET (custo efetivo total), que reúne todos os encargos financeiros
envolvidos em operações de crédito, desde juros até despesas administrativas de
contrato e seguros (clique
aqui e entenda como funciona a CET).
Uma das explicações para que os juros bancários sejam menores reside no fato
de que a base de tomadores de empréstimo nos bancos é muito maior. Já as lojas
têm um custo maior de captação de recursos para financiar seu capital de giro,
como esclarece o diretor de crédito do Banco do Brasil, Walter Malieni.
"Se o consumidor optar pelo empréstimo, o melhor a fazer é ir direto à loja e
negociar com o gerente descontos por uma compra à vista", aconselha Álvaro Dias,
planejador financeiro.
Primeiro o consumidor assina um empréstimo com o banco e, com o dinheiro no
bolso, pode ir até a loja e comprar o produto à vista, podendo conseguir bons
descontos. Neste caso, deve-se observar se os custos do empréstimo compensam o
desconto que pode ser obtido em loja, na ocasião de um pagamento à vista. "Com o
dinheiro em mãos, o consumidor pode comparar ainda os preços do mesmo produto em
outras lojas. Outra vantagem é que os bancos geralmente oferecem prazos de
pagamento mais flexíveis que os varejistas", diz Malieni.
Dependendo ainda do nível de relacionamento que o cliente mantém com o
gerente do seu banco, essas condições podem ser ainda melhores. Os juros de um
empréstimo podem variar dependendo da relação entre cliente e gerente. Segundo
Fernando Mafio, sócio consultor da Witrisk, uma boa convivência com os gerentes
bancários pode facilitar a negociação tanto das taxas quanto das condições de
pagamento.