Na hora de sair do vermelho, todo o esforço é válido. Além de estabelecer uma
estratégia definida e realizar uma faxina no seu orçamento, você deve estar de
posse da maior quantidade possível de informações. Afinal de contas, estando
100% preparado, você aumenta muito as suas chances de eqüalizar seu
endividamento.
Essas informações não se referem somente a quanto você deve. Além de saber o
quanto você tem hoje em dívidas, conhecer em detalhes como você chegou a esse
número é fundamental. Portanto, você deve obter informações detalhadas da
evolução do seu saldo devedor.
Segregando a dívida em partes
Você sabe qual parcela da sua dívida atual se refere ao montante que você pediu
emprestado? E qual parte corresponde a juros ou multas? Somente por meio de uma
análise cuidadosa da evolução de sua dívida, você poderá ter uma fotografia mais
clara de quais fatores levaram seu endividamento ao patamar atual.
Por exemplo: você deve entender exatamente o quanto dessa dívida está
relacionado às multas. De acordo com o Código de Defesa do Consumidor (CDC), os
valores cobrados a título de multa não podem exceder a 2%, o que dá a você o
direito de pedir o estorno de eventuais cobranças que tenham ficado acima do
determinado.
Não aceite pagar outras taxas de serviços como, por exemplo, honorários
advocatícios ou despesas de cobranças, pois esses pagamentos só são obrigatórios
se você estivesse participando de um processo judicial e necessitasse de um
advogado .
Erros ocorrem
Se a sua dívida ficou fora de controle por uma falha no seu planejamento
financeiro, nada impede que equívocos possam ocorrer também do lado do credor.
Não são poucas as situações onde erros de cálculos ou de interpretação de
mecanismos legais acabam inflando o montante devido.
Portanto, busque esclarecer junto ao credor tudo o que foi adicionado ao seu
endividamento original. A análise passo a passo dos cálculos certamente irá
facilitar a verificação de se houve ou não algum equívoco. Vale destacar que
muitos erros não são devidos à má-fé do credor, simplesmente a equívocos não
detectados.
Efeito bola de neve
Em função dos juros ainda elevados praticados no Brasil, qualquer pequena
diferença nos cálculos pode gerar um grande impacto no futuro. Assim, você, como
parte de seu plano para sair do vermelho, deve se atentar aos detalhes. Juros
altos geram encargos maiores, o que pode aumentar ainda mais o problema: é o
efeito bolsa de neve.
Conhecer bem os números, além disso, aumenta as suas chances em um processo de
renegociação. Um devedor com melhor acesso à informação e conhecimento dos seus
direitos tem, certamente, maior chance de obter termos mais favoráveis.