Investimentos / Fundos - Índices de sustentabilidade: garantia de um investimento socialmente responsável
Apesar de ser uma tendência crescente no mercado de capitais, investir em uma
empresa sustentável ainda apresenta diversas dificuldades. Entre a falta de
transparência e o baixo comprometimento de empresas com metas mensuráveis e
factíveis, quem sai prejudicado é o investidor que quer aplicar nesses papéis,
mas não possui informações suficientes.
Para o investidor fica a dica: conhecer os benchmarks (parâmetros de referência)
e seus critérios de avaliação é um grande passo para decidir em qual empresa
investir.
Comunicação e sustentabilidade
Contudo, as discussões acerca do assunto estão cada vez mais presentes. Na
última quarta-feira (16), representantes de diversas empresas e órgãos relativos
à responsabilidade sócio-ambiental se reuniram na Bovespa para o seminário do
Ibri (Instituto Brasileiro de Relações com Investidores) "A Comunicação e a
Sustentabilidade no Mercado de Capitais".
As palestras abordaram, entre outros temas, o aumento das oportunidades para
empresas sustentáveis e os principais índices de sustentabilidade no mercado de
capitais.
Principal índice
Foram dois os índices mais abordados. O primeiro, DJSI (Dow Jones Sustainability
Indexes), existe desde 1999 e, englobando ações do mundo todo, é o principal
parâmetro de análise dos investidores sustentáveis. O índice é baseado em três
pilares, o chamado "Tripple Bottom Line": econômico, ambiental e social.
Aos que duvidam da realidade dos programas de sustentabilidade das companhias,
Antonio Jacinto Matias, vice-presidente executivo do Itaú adverte: "o
oportunismo não é algo que caiba no índice". Segundo o executivo, além de
responderem o questionário, as empresas devem fornecer provas daquilo que foi
apresentado.
Atualmente há seis empresas brasileiras listadas no índice de sustentabilidade
do Dow Jones: Aracruz Celulose, Bradesco, Cemig, Itaú, Petrobras e Usiminas. A
instituição já recebeu os questionários de volta e deve divulgar a composição da
nova carteira em setembro.
Experiência brasileira
No caso do ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial), iniciativa da Bovespa,
a questão alcança outras proporções. "[O índice] foi um grande passo na
estruturação e divulgação da sustentabilidade no Brasil", afirmou Marco Antônio
Fujihara, coordenador da Comissão de Sustentabilidade do Ibri.
Outro ponto destacado como importante contribuição, dessa vez pelo jornalista
Adalberto Marcondes, da revista digital Envolverde, é que o nível de
transparência do ISE dificulta a corrupção nas empresas.
As componentes do benchmark são escolhidas entre as 150 ações mais líquidas da
Bovespa, considerando o relacionamento com empregados e fornecedores, com a
comunidade; governança corporativa e impacto ambiental de suas atividades. Até
novembro deste ano, quando será divulgada a nova composição da carteira, o ISE
contém papéis de 32 empresas.
|