Casais que trabalham em empresas concorrentes devem ter cuidado redobrado com
as atitudes, para preservar tanto a carreira como o relacionamento, segundo
alertam especialistas.
De acordo com a consultora sênior de Carreiras da Catho Consultoria em RH,
Márcia Vazquez, quanto maior o destaque do cargo e o acesso a informações
confidenciais, maior a atenção.
“Casos assim ocorrem com mais frequência do que se imagina, e, na maior parte
das vezes, o emprego e o relacionamento correm riscos”, diz ela.
Na empresa
Segundo a consultora em Recursos Humanos do Grupo Soma Desenvolvimento
Corporativo, Jane Souza, quem tem um companheiro (a) trabalhando em uma empresa
concorrente, sobretudo em áreas não operacionais, pode sofrer algumas restrições
no ambiente de trabalho, como enfrentar dificuldades para conseguir uma
promoção.
Além disso, completa Márcia, os profissionais terão de provar mais do que os
colegas que são competentes, responsáveis e éticos, pois terão de lidar
continuamente com a sensação de desconfiança vinda da parte dos colegas e
líderes.
Apesar disso, alertam as duas, em nenhuma hipótese deve-se omitir a situação
para a chefia, visto que, no mundo corporativo, as pessoas se conhecem e a
empresa certamente terá acesso a tal informação.
“É preciso transparência. A pessoa sempre deve contar, mesmo que esteja
participando de um processo seletivo. De qualquer modo, ela deve deixar claro
que pretende trabalhar com o máximo de sigilo e estar preparada para demonstrar
uma seriedade maior do que o habitualmente exigido”, diz Márcia.
Em casa
No que diz respeito ao relacionamento com o parceiro (a), o casal deve
atentar para não passar a competir.
“A situação exige muito equilíbrio emocional dos envolvidos, pois perde-se na
troca de experiências e o casal pode começar a competir”, avalia Márcia.
Jane concorda e completa: “Será um teste diário de confiança. Pode ajudar
combinar não conversar nada de trabalho em casa, porém, se a posição for
estratégica, vale sentar e pensar com o parceiro se não é melhor para o
relacionamento e para a carreira de ambos que um dos dois mude de área”.