Imóveis - Comprar na planta: um risco
Ao comprar imóvel na planta, o consumidor deve ficar
atento ao andamento da obra. Ao notar que o cronograma não está sendo cumprido,
deve-se recorrer à Justiça, conforme alguns especialistas. “Amparado pelo Código
de Defesa do Consumidor (CDC) e pela Lei do Condomínio (nº 4.591/64), há meios
de diminuir prejuízos”, diz Mônica Guarischi, técnica da área de Habitação da
Fundação Procon-SP.
Para tanto, é importante juntar dados sobre a data de entrega da obra, que podem
constar tanto do contrato quanto de folhetos de propaganda. “O artigo 43 da Lei
do Condomínio obriga as construtoras a informar aos compradores sobre o
andamento da obra ao menos a cada seis meses”, acrescenta Mônica.
Alberto Amaral, especialista em Direito Imobiliário e professor da Universidade
de São Paulo, não aconselha o ingresso de medida judicial imediatamente. Ele
recomenda que se espere até a data prevista para a entrega da obra. “Se for
notado que a construção não está andando, deve-se, primeiro, notificar a
construtora, via carta, pedindo que a obra volte ao ritmo normal”, diz. Ele crê
que a Justiça só deve ser procurada em caso de fundado risco de dano – ou seja,
se o consumidor puder provar que o atraso lhe causará danos. “Nesse caso, cabe
exigir judicialmente perdas e danos.”
Vale ressaltar que a não-entrega do imóvel na data combinada pode caracterizar
descumprimento da oferta, o que dá direito ao consumidor à reparação. “Pelo
artigo 35 do CDC, ele pode exigir o cumprimento forçado da obrigação ou a
entrega de outro produto semelhante, além da rescisão do contrato; nesse caso,
com a devolução dos valores pagos corrigidos”, alerta Mônica
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