Ter seu canto, cuidar das suas coisas. Poder dormir e acordar na hora em que
bem quiser. Deixar a casa desarrumada (ou numa desordem que só você entenda),
viajar de uma hora para outra, sem dar qualquer tipo de satisfação a ninguém.
Para muitos, essas são algumas das vantagens da tão sonhada independência.
Porém, conquistá-la exige esforço extra e muito planejamento. Antes de pensar
nesta alternativa como única saída para garantir seu próprio espaço, você deve
avaliar bem os prós e os contras. Ninguém aqui quer desanimá-lo, mas será que
este é, no momento, o caminho mais viável no seu caso?
Independência tem seu preço
Se você pensa em conquistar seu espaço e tomar suas próprias decisões, deve
estar pronto para encarar este novo passo também no aspecto financeiro.
Afinal, ficaria fácil morar sozinho, mas continuar sendo bancado por seus
pais... Essa solução estaria bem longe de uma independência propriamente dita,
certo?
Por conta disso, é necessário colocar tudo na ponta do lápis. Você terá
condições de bancar tudo sozinho? Já parou para pensar nos custos envolvidos?
Antes de declarar sua independência, você terá de reservar uma quantia para
isso. Afinal, além das despesas com o imóvel (seja ele comprado ou alugado),
você terá os gastos com reforma (em alguns casos), móveis e eletrodomésticos.
Já morando em seu novo lar, virão os custos mensais de condomínio (caso opte por
apartamento), luz, água, telefone, gás, entre outros. Isso sem falar da
contratação de alguém para lhe ajudar na limpeza da casa e nos cuidados com sua
roupa.
Como você pode perceber, a decisão envolve planejamento. Para conseguir êxito no
desafio, são necessários alguns requisitos mínimos: criatividade (para driblar
as dificuldades e improvisar na economia), determinação (para seguir em frente
nestes objetivos), organização (para manter sua casa e seus compromissos em
ordem) e muito trabalho (afinal, é com ele que você poderá custear suas
despesas).
Existem alternativas!
Para alguns, a necessidade de independência, de preservar seu espaço, vale tanto
esforço; já para outros, existem alternativas melhores.
Nos dias de hoje, a idéia de repúblicas de estudantes tem se expandido e
assumido um novo perfil, transformando-se em alternativa para quem já trabalha,
e adquiriu certa maturidade tanto profissional quanto pessoal, para conseguir
morar longe da família.
Neste caso, os custos se tornam menores, em razão da divisão cautelosa das
despesas. Contudo, é preciso lembrar que, para esta alternativa efetivamente dar
certo, é preciso uma boa dose de afinidade, sintonia e respeito entre os
moradores. Caso contrário, o propósito de se ter certa independência cai por
terra.
Voltando ao início
Vale lembrar que, seguindo uma tendência certamente contrária (na opinião de
alguns) à independência financeira, alguns jovens têm optado por prorrogar o
tempo de permanência na casa dos pais.
Engana-se quem pensa que estamos falando apenas dos universitários com menos
idade! Incluem-se aqui os jovens perto dos 30 anos, muitas vezes profissionais
bem-sucedidos e com boa remuneração, que optam por investir suas economias em
novos cursos de especialização, em planos de previdência (já pensando numa
aposentadoria tranqüila) e imóveis.
Desta forma, como acabam gastando menos, conseguem ainda manter seu veículo e
aproveitar férias e fins de semanas com viagens e passeios.
É certo que, neste caso, não conquistam a tão sonhada independência,
sujeitando-se, obviamente, às "regras" da casa. Mas, por outro lado, têm a
possibilidade de garantir seu futuro de forma mais tranqüila: até ajudam nas
despesas da casa, mas sem a carga de responsabilidade que teriam, se morassem
sozinhos!
Isso sem falar que contam com o apoio e aconchego da família dia e noite. E
muitos preferem curtir tudo isso por mais tempo!
Planeje-se!
E no seu caso, qual a melhor opção? Cabe a você refletir sobre a melhor
maneira de alcançar esta meta: morar sozinho agora ou daqui a um tempo, viajar,
investir na carreira, comprar carro ou imóvel etc.
Antes de tudo, é preciso planejamento, para colocar seu objetivo no papel e
traçar meios para alcançá-lo, verificando os custos, as vantagens e as
desvantagens.
É importante ter a consciência de que, por mais sorte que tenha em sua vida
profissional e, conseqüentemente, na financeira, você precisará se programar
para isso, o que leva certo tempo. Lembre-se: uma mudança deste tipo
dificilmente acontece de um dia para o outro. Boa sorte!