Marketing de serviços, de moda, de esporte, industrial e até específico para
a área de vinhos. É cada vez maior a oferta de cursos segmentados de marketing
voltados para realidades específicas. Não se tratam de diferentes formações, mas
de aplicações diferentes da mesma base de conhecimento.
O alerta é do chefe do departamento de Marketing da ESPM-SP (Escola Superior
de Propaganda e Marketing de São Paulo), Marcelo D'Emidio. As diferenças entre
essas ênfases, destaca o professor, são justamente as esferas de atuação, que
vão reforçar o aprendizado de uma parte do marketing, como desenvolvimento de
produto, embalagem, marca.
“Eventualmente, você discute as ferramentas mais eficientes para aquele
segmento específico. No caso do marketing de serviço, é a tangibilização do
serviço, no caso do vinho, a questão da embalagem e do produto etc”, explica D'Emidio.
Formação
Segundo o professor, o mais recomendado é a formação genérica na área de
marketing, para depois passar por uma especialização ou segmentação. “Existem
dois momentos na formação: o primeiro quando se constrói um conhecimento básico,
com o conceito de público-alvo, as ferramentas para atuação no mercado e, o
segundo momento, quando se começa a conhecer as aplicações um pouco mais
específicas. Acho um pouco prematuro começar com o curso já pela segmentação”,
opina.
Por outro lado, destaca o chefe do departamento de marketing da ESPM-SP, um
curso que aborde uma ênfase, especificidade, complementaridade de conhecimento
ou segmentação pode ser útil para um profissional que, após obter conhecimento
mais generalizado, já optou por atuar em um determinado mercado. “Pela
possibilidade de abordar um conhecimento detalhado sobre um campo, é uma escolha
interessante. É a aplicação da teoria, com um olhar mais voltado para a
realidade de determinado mercado, como embalagem, branding ou serviços”, aponta.
D'Emidio acrescenta que é muito importante, independentemente da área de
atuação do profissional de marketing, que ele tenha domínio completo da técnica.
“Ao contrário do que muitos dizem, marketing não é uma questão de bom senso,
existe um estudo, o domínio da técnica, de pesquisa”, explica.
Perfil
Para o professor, um bom profissional de marketing, em geral, deve ser
polivalente. “Ele deve entender não apenas de comunicação, mas de finanças,
logística e, cada vez mais, os executivos de marketing são cobrados pela
mensuração de efetividade de suas ações, portanto, conhecer instrumentos de
pesquisa também é muito importante”, recomenda.
Além das orientações gerais, o professor lembra que, em casos de atuação mais
segmentada, é importante que o profissional tenha também familiaridade com o
assunto abordado, seja ele indústria, moda, esporte ou lazer, por exemplo.
D'Emidio lembra ainda que as possibilidades de colocação profissional dentro
das diversas áreas do marketing estão ligadas à capacidade e perfil de cada
profissional, mas lembra que alguns setores estão em um momento muito positivo.
“Um deles é o trade marketing (estratégia para aumentar a diferenciação dos
produtos e serviços nos pontos de venda), que tem uma grande carência de
profissionais especializados. Outro campo que tem falta de profissionais muito
grande é a medição de resultados das ações de marketing de forma correta. O
mercado também está aquecido em função dos eventos como Copa e Olimpíada,
portanto, o marketing esportivo também passa por um momento positivo”,
acrescenta.