Existem pessoas que são naturalmente competitivas, estressadas, ansiosas e
até mesmo agressivas, comportamentos que, conforme especialistas, se
trabalhados, podem até ser positivos no ambiente de trabalho. Entretanto, quando
essas características passam do limite e a pessoa passa a adotar uma postura
intimidatória, de enfrentamento, é melhor ligar o sinal amarelo.
De acordo com o gerente de Planejamento de Carreira da Ricardo Xavier
Recursos Humanos, Marshal Raffa, o temperamento explosivo torna-se prejudicial
quando o profissional começa a ter dificuldades para lidar com as próprias
emoções. Nessas horas, diz ele, é preciso parar, refletir e tentar reverter a
situação.
“Uma dica que pode mostrar ao profissional que ele está com este tipo de
problema é o andamento das relações interpessoais. Se a pessoa percebe que está
sendo excluída dos eventos sociais, por exemplo, ela deve repensar a própria
postura. Contudo, se a dificuldade for grande, vale procurar a ajuda de um coach
ou mesmo de um terapeuta”, diz.
O que leva à explosão?
O estresse do dia a dia, juntamente com algumas situações que podem ocorrer no
ambiente de trabalho, podem levar uma pessoa à explosão. Dentre estas situações,
a vice-presidente da ABQV (Associação Brasileira de Qualidade de Vida), Sâmia
Simurro, destaca o ambiente hostil, a injustiça, o assédio moral, a falta de
reconhecimento, de autonomia para tomar algumas decisões, e até mesmo de
comunicação clara.
“A pessoa precisa saber claramente o que o chefe espera dela. Trabalhar em um
ambiente hostil e constantemente engolir sapos podem fazer com que, uma hora, a
pessoa se manifeste de maneira agressiva”.
Entretanto, antes de chegar a esta situação, diz ela, é preciso tentar
resolver a situação, procurando, por exemplo, conversar sobre o motivo com a
pessoa causadora do estresse. Porém, caso isso não resolva e acabe acontecendo a
explosão, Raffa orienta ao profissional que ocorra à famosa desculpa.
“Somos humanos e momentos de raiva podem ocorrer com qualquer um. Se houver o
exagero, um pouco de humildade não faz mal e o melhor a fazer é pedir desculpas.
Contudo, antes que isso ocorra, é melhor tentar conversar e reverter a
situação”.
A raiva é sempre má?
Como já dito anteriormente, contudo, se bem trabalhada, a raiva pode trazer
resultados positivos ao profissional, que podem se traduzir em aumento de
criatividade e produtividade.
Assim, diz Raffa, algumas situações podem ser utilizadas como estímulos para
que o profissional melhore. Porém, para que isso aconteça, acrescenta Sâmia, ele
precisa adotar uma postura conciliatória e desenvolver a assertividade.
Além disso, diz ela, é importante que o profissional saiba se observar, seja
honesto em suas colocações e diga claramente o que pensa e deseja.
Ainda no que diz respeito à transformação da raiva em algo positivo, dizem os
especialistas, o líder pode ajudar, administrando conflitos, estimulando um
ambiente tranquilo e conhecendo cada membro da equipe para saber como e quando
intervir.
“É importante entender que a liderança é o modelo. Na maior parte das vezes,
o clima da equipe reflete a postura do líder”, finaliza Sâmia.