Imóveis - Reforma e Construção: Troca de hidrômetro pode ser cobrada
Ao desconfiar que o hidrômetro – instrumento destinado a medir e indicar
continuamente o volume de água que o atravessa – está deteriorado ou registrando
consumo irreal, o consumidor pode pedir à concessionária responsável a troca do
equipamento. Mas deve saber que, se a empresa de água não constatar nenhum
defeito no medidor, após análise, ele terá de pagar pelo serviço.
Isso porque, conforme determina a Portaria nº 246/2000, do Instituto Nacional de
Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), as verificações
preventivas e periódicas nos medidores são realizadas em intervalos não
superiores a cinco anos. Portanto, as trocas antes desse período, salvo na
situação em que ela é necessária em razão de defeito detectado, são passíveis de
cobrança.
“Quando da presença de um vício, e este for constatado após sua manutenção
preventiva e/ou corretiva pela concessionária, o hidrômetro deve ser submetido a
nova verificação metrológica por parte do Inmetro”, diz o engenheiro mecânico e
gerente da Divisão de Instrumentos de Volume do Inmetro, Raimundo Rezende.
Assustado com as contas de água, cujos valores estão cada vez maiores, Antônio
Pereira dos Santos solicitou à Sabesp a troca do medidor de água de sua
residência. “Em janeiro, o consumo saltou de 16 m³ para 30 m³”, reclama.
Depois da substituição, as contas continuaram com valores altos e, ainda, ele
teve de pagar pela aferição do aparelho (R$ 26) e pela troca (R$ 47). “Não sabia
que teria de pagar o novo medidor”, indigna-se.
O mesmo problema teve a sua vizinha, Dalila Araújo Souza: “De setembro para cá,
o consumo de água de minha residência não aumentou, mas a conta sim. Sempre
paguei no máximo R$ 50 de conta, agora cobram R$ 400.” E avisa: “O caso
estende-se por toda a rua (Rua Tomazzo Ferrara, em Itaquera). Só pode ser
defeito nos hidrômetros”, justifica.
Segundo a Assessoria de Imprensa da Sabesp, quando da solicitação da troca do
hidrômetro, o cliente é avisado previamente de que, se não for constatado nenhum
defeito no aparelho, será cobrada taxa pela aferição e troca. Caso contrário,
não haverá cobrança.
Orçamento prévio
Tanto para o caso de Pereira dos Santos quanto para o de Dalila, a Assessoria de
Imprensa garante que foram feitos orçamentos prévios, com a ciência de ambos e
não foi identificado nenhum defeito nos hidrômetros. Os consumidores, porém,
sustentam que não receberam orçamento nenhum.
Quanto ao problema da rua onde moram, a Assessoria de Imprensa, da unidade
Itaquera, alega que o funcionamento dos hidrômetros da região está normal.
Para Durvalina Alves Siqueira, técnica do Procon-SP, se o consumidor discordar
do laudo apresentado pela concessionária após a aferição do aparelho e, em razão
disso, se sentir lesado, pode recorrer ao Procon, registrando queixa, assim como
solicitar uma contraprova (vistoria técnica) do Instituto de Pesos e Medidas (Ipem).
Mas vale ressaltar que é preciso se certificar, antes de reclamar, de que não há
nenhum vazamento no imóvel, pois muitas vezes não o percebe. “Um vazamento
pequeno pode dar uma diferença de até 10 metros cúbicos de água no consumo e a
manutenção das instalações hidráulicas é de responsabilidade do consumidor”,
alerta.
Segundo Durvalina, a avaliação deve ser feita de preferência à noite, quando a
pressão de água é maior. E lembre-se: “A Sabesp é responsável apenas pelo bom
funcionamento do aparelho.”
Cobrança indevida
Se deixar de receber orçamento prévio e não o tiver assinado, concordando com a
troca do hidrômetro, o consumidor não pode ser cobrado. “O valor da mão-de-obra
deve ser discriminado, conforme determina o artigo 40 do CDC”, alerta a técnica.
Nos casos de medidores de energia, a Assessoria de Imprensa da Eletropaulo avisa
que a troca só é cobrada quando solicitada fora do prazo da preventiva, entre 10
e 15 anos de uso.
Em casos de dúvida, os consumidores podem recorrer, também, ao serviço da
Ouvidoria do Ipem, que atende às denúncias por meio do telefone 0800-130522. O
atendimento é feito de segunda à sexta-feira, das 8 horas às 17 horas.
Atenção: |
A concessionária deve avisar previamente o consumidor de que, se não
for constatado nenhum defeito no aparelho, será cobrada taxa pela
aferição e troca;
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Ao reclamar, lembre-se: é preciso se certificar de que não há nenhum
vazamento em casa. Um vazamento pequeno pode dar diferença de até 10m2
de água na média de consumo;
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Se discordar do laudo apresentado pela concessionária após a
aferição do aparelho, é possível solicitar vistoria técnica do Ipem;
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Se não for assinado orçamento prévio para troca do hidrômetro, ele
não pode ser cobrado. O valor da mão-de-obra deve ser discriminado no
orçamento;
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A avaliação deve ser feita, de preferência, à noite, quando a
pressão da água é maior;
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