“Seja sincero: você já bajulou alguém para conseguir algum objetivo
profissional?” Essa questão dividiu opiniões na última enquete realizada pelo
Administradores.com.br. 13.864 internautas participaram da enquete, e o
resultado apontou que 61,14% nunca bajularam para
obter vantagens na carreira, enquanto 38,86% dos participantes disseram que sim,
já bajularam. Esse percentual ficou dividido entre “Sim, muitas vezes” (11,21%)
e “Sim, poucas vezes” (27,65%).
Diogo Lins, coordenador de mídias sociais do Portal Administradores e Mestre em
Gestão Organizacional, ressalta que o entendimento sobre bajulação pode variar
de pessoa para pessoa. "Podemos perceber que existe um número considerável de
respondentes, cerca de 40%, que se dizem, digamos assim, "bajuladores". Mas será
que para essas pessoas a
bajulação é algo reprovável? Essa expressão pode ser vista interpretada, pelo
menos, de duas formas. Alguns podem enxergar a bajulação como o simples fato de
tratar bem e ser educado com um chefe, ou até mesmo um colega de trabalho. Para
outros, a bajulação
pode ser algo negativo e que passa bem perto da falsidade e do comodismo. As
pessoas, bajuladoras ou não, devem se preocupar quanto aos objetivos
organizacionais, pois, no final das contas, todos estão no mesmo barco”, afirma
Diogo.
Para Gutemberg de Macedo, consultor e presidente da Gutemberg Consultores,
encontramos os dois tipos de profissionais em qualquer lugar, mas o bajulador é
facilmente identificável e não vai muito longe em sua carreira. “Eles são
extremamente vulneráveis, visto que sua carreira não está alicerçada em bases
sólidas. Tudo depende do humor do chefe mau caráter que aceite esse tipo de
postura ao seu redor. É bom não confundir bajulação com sensibilidade às
necessidades do chefe”, afirma o consultor.
Gutemberg explica, ainda, que um bom profissional pode apresentar outras
características para alcançar um objetivo sem necessariamente ser ‘puxa-saco’ do
chefe. “Para alcançar uma meta é preciso trabalho duro, buscar ser competente,
ter ética e ser transparências em todos os seus atos. É importante também ter
iniciativa e comprometimento com o sucesso do negócio e não apenas com o seu
próprio.”
Bajular e elogiar exageradamente uma pessoa é muito diferente de ser
participativo, sociável e educado. O importante é ter em mente que chefes e
funcionários estão na empresa em busca do mesmo objetivo: melhores resultados
para a empresa. Para isso, é fundamental que exista um clima de caramadagem e
confiança, mas não necessariamente de bajulação. É importante incentivar e
exaltar os acertos, mas cuidado com os excessos e mentiras. Por isso, não chame
seu chefe de ‘gênio’ o tempo todo, mas não perca a chance de elogiar uma idéia
‘genial’ das pessoas com quem trabalha.