Carreira / Emprego - Geração Y: veja como pensam os profissionais com idade entre 20 e 30 anos
"É uma nova geração, com muito a agregar, mas com a questão problemática do
compromisso". Assim define a geração Y a psicóloga clínica do Grupo Nelson
Paschoalotto, Mariana Mondelli.
Ela explica que a geração Y é aquela composta pelos filhos dos pais ausentes,
que passaram a vida se dedicando em demasia ao trabalho, e das mães que se
emanciparam e entraram no mercado de trabalho. Para compensar a falta que
faziam, esses pais acabaram por mimá-los.
"Esses jovens profissionais têm certo resquício do mimo, mas, além disso, sempre
tiveram acesso fácil às informações", diz Mariana, ao lembrar que, justamente
por conta disso, eles vivem em busca de algo melhor e não hesitam em brigar pelo
que acreditam.
Como eles se comportam
Como explicou a psicóloga, a questão problemática é a falta de compromisso. "Os
profissionais da geração Y estão muito mais compromissados com seu próprio
crescimento do que com o da empresa. Uma de suas principais características é o
individualismo", afirma.
Graças ao excesso de informações a que estão expostos, principalmente por conta
da evolução da internet, eles têm mais argumentos para brigar pelo que desejam.
"Então, se o jovem passa um ano na mesmo empresa, mas não sente que está
atingido seus objetivos nem que seus esforços estão sendo reconhecidos, não
pensa duas vezes e muda para a concorrência", garante a especialista.
"Antigamente, a relação empresa/funcionário era marcada pela submissão deste
último. Mas, com a geração Y, são eles que ditam as regras. Eles dão sugestões,
têm idéias inusitadas, inovam. Logo, têm muito a agregar. O lado negativo é que
nada os satisfazem e sua busca pela ascensão não tem limites. Minha recomendação
a esses jovens é que aprendam a ter paciência".
Mariana lembra: "as pessoas têm que brigar pelo que querem, desde que saibam
exatamente o que querem. Tem muito profissional confuso por aí. É importante,
por isso, investir no auto-conhecimento. Além disso, há momentos em que é
necessário respeitar a cultura da empresa. Nem tudo é do jeito que a gente quer.
Essa ansiedade pode comprometer a carreira do jovem".
O lado das empresas
Para as empresas, será necessário se adaptar. Os gestores precisam tornar a
ascensão dos profissionais mais rápida e entender que as pessoas querem
reconhecimento. Além disso, como se trata de um geração tecnológica, é
importante trabalhar a governança de TI (tecnologia da informação).
"Há dificuldade de fazer com que o colaborador se desconecte no período de
trabalho. O que as empresas têm que fazer agora é trabalhar a inovação e a
renovação dos serviços, implementando políticas de segurança que garantam a
integridade dos dados e informações, que é hoje um dos principais ativos das
empresas. Ao mesmo tempo, no entanto, não se deve impedir a criatividade, a
comunicação e a integração, aspectos próprios da geração Y", explica Gláucia
Lopes, CIO (Chief Information Officer, o responsável pela Tecnologia da
Informação) da Planae, uma empresa do Grupo Nelson Paschoalotto.
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