Empresas inovadoras têm muito mais do que idéias. É preciso criar um ambiente
permissivo à criatividade e saber como gerenciar este processo
Quando a pauta das reuniões é inovação, o primeiro pensamento dos executivos
é: inovação = novos produtos. Mas, inovação resume-se mesmo apenas à criação de
novos produtos?
A resposta é simples, não! Inovação é muito mais do que tecnologia de ponta em
produtos eletrônicos. Pode-se inovar em quatro dimensões: em produtos,
processos, na gestão e no negócio. É necessário, também, que as empresas e seus
executivos tenham a consciência de que a inovação não é somente para as grandes
corporações ou tema desenvolvido pela NASA. Não é preciso investir milhões em
pesquisa e desenvolvimento de produtos, para ser reconhecido como inovador em
processos, negócios ou novos modelos de gestão.
O primeiro passo para se inovar em uma organização é ter a real noção do que não
é inovação. Lampejos de criatividade não geram inovações propriamente ditas. É
necessário saber onde e como inovar, criar um ambiente permissivo à geração de
idéias e à transformação de idéias em negócios, e saber como gerenciar este
processo em suas quatro dimensões.
Inovação nos Produtos: modificar um produto já lançado, ou lançar um novo, com
melhorias que aumentem seu desempenho.
Inovação nos Processos: desenvolver novos métodos de produção ou geração de
valor ao cliente, ou aprimorar os já existentes.
Inovação na Gestão: mudanças na gestão e na arquitetura organizacional, gerando
maior rapidez, eficiência, e rentabilidade para a organização.
Inovação no Negócio: ocorre quando a empresa inicia atividades em outro ramo de
atividade, por exemplo, um fabricante de metralhadoras que passa a produzir
também máquinas de costura, essa mudança na área de atuação da empresa é
considerada inovação no negócio.
Devemos entender que inovação não é um processo isolado. Ao inovar em apenas uma
dimensão, em produtos, por exemplo, estaremos deixando de lado outras
oportunidades de crescimento e desenvolvimento que poderiam ser encontradas nas
áreas de projetos, negócios ou processos.
Por este motivo, nem sempre as organizações desenvolvem-se de forma adequada ou
atingem o resultado planejado. Para contornar essa dificuldade e passar à frente
da concorrência, o gestor deve se fazer dez perguntas para saber se sua empresa
está no caminho da inovação.
1. Estamos convencidos de que essa é a nossa escolha? Estamos abertos a abraçar
as mudanças?
2. Temos uma estratégia de inovação? Sabemos como nos posicionar nesse campo
para nos diferenciar e vencer?
3. A estratégia serve de base para o nosso Programa Integrado de Gestão de
Inovação? Abrangendo todas as iniciativas, um “projeto do projeto”?
4. Como estão nossos processos de inovação? Podemos assegurar que a inovação e
as idéias são gerenciadas para dar resultados e virar negócio?
5. Como é o nosso ambiente? É por si só um gerador de inovação?
6. Temos acesso à tecnologia necessária para inovar? As ferramentas de trabalho
e pesquisa estão disponíveis?
7. E as pessoas, estão integradas? Existe paixão e dedicação no que fazem?
Valorizamos os que “fazem diferença” nesse campo? E os que não têm este perfil?
8. Nossos valores e crenças têm clara orientação para uma cultura da inovação?
9. Esses pontos (perguntas anteriores) têm propiciado um clima favorável à
inovação e à mudança?
10. Medimos em diferentes dimensões a inovação? Recompensamos os times e
indivíduos que a fazem acontecer?
Seguindo este pequeno roteiro, ao desenvolver uma gestão de inovação integrando
as quatro dimensões, produtos, processos, negócios e gestão, a organização se
transformará em uma “Usina de inovações”, capaz de transformar idéias em
negócios.