O dilema existe e tem se tornado mais frequente entre os profissionais
brasileiros, com a chegada de empresas estrangeiras interessadas em investir no
País: afinal, vale a pena deixar o emprego em uma companhia que já está
consolidada no mercado para trabalhar em uma nova, que está surgindo agora?
Para a gerente de Planejamento de Carreira da Ricardo Xavier Recursos Humanos,
Vanessa Novais, fazer essa escolha tem suas vantagens e desvantagens e a decisão
dependerá do perfil de cada profissional. "Essa situação tem duas vertentes:
pode acelerar a carreira, com um crescimento mais rápido, mas também pode
significar um risco, porque pode ser uma furada", explica.
Vanessa afirma que o profissional que se encontra nesse dilema deve pensar no
que deseja nesse momento: acelerar o crescimento da carreira ou permanecer
seguro na empresa atual? Além disso, deve avaliar a nova companhia.
"Existem muitas empresas estrangeiras que estão de olho no Brasil e estão vindo
para cá, com capital para investir. O profissional tem que analisar se o grupo é
consolidado lá fora, porque, neste caso, as vantagens podem ser muitas. Mas se é
uma empresa totalmente nova, que não existe em outro país nem em outro estado
brasileiro, o risco será maior que as vantagens", ressalta.
Avaliando a empresa atual
Além de analisar a empresa nova, fazer uma avaliação da companhia atual também é
importante, afinal de contas, ela pode existir há um certo tempo no mercado, mas
não significa que esteja consolidada e sem riscos de apresentar prejuízos ou até
mesmo de falir, futuramente.
Vanessa explica que essa análise deve considerar, além do tempo de mercado, o
seu faturamento e se ela já passou por crises financeiras. "O mais importante é
avaliar o faturamento, que deve ser maior que o da nova empresa, e o tempo de
mercado", explica. Para ela, uma empresa só pode ser considerada consolidada,
caso já exista há mais de dez anos.
Lado bom e lado ruim
As vantagens de aceitar essa mudança são a aceleração no crescimento
profissional e a remuneração maior. "O profissional fica com maior visibilidade
no mercado, porque ele faz mais contatos e aparece mais. Ele não será apenas
mais um gerente, mais um funcionário em uma empresa com 1 mil funcionários", diz
a gerente.
Em relação ao salário, Vanessa considera que, para que a proposta seja realmente
vantajosa, a remuneração deve ser entre 30% a 40% maior que a quantia que o
funcionário recebe atualmente.
Porém, a mudança também possui suas desvantagens, que vão além do risco de ser
uma "furada". "Em empresas novas, tem uma pressão muito grande dos investidores
por resultados, e não há o peso do nome corporativo. Você não é um profissional
daquela empresa conhecida, mas de uma que ninguém ouviu falar ainda", ressalta.