A identificação dos perfis dos colaboradores é o primeiro passo para entender
a forma de trabalho e os objetivos que aquela pessoa pretende alcançar.
Um estudo da Thomas Brasil identificou que perfil comportamental dos brasileiros
se assemelha aos norte-americanos e ingleses. Surpreendentemente, o uso pontual
de persuasão e comunicação é ferramenta essencial para as boas relações entre os
países, permitindo por diversas vezes o intercâmbio de carreiras. Além disso,
todos primam pela flexibilidade dos gestores, pela sua capacidade em se adaptar
e em manter altos ritmos de trabalho. Mas como podemos aplicar essas informações
para gerir uma equipe?
Primeiro, é preciso voltar os olhos para nosso País que, por suas proporções
continentais, engloba variadas culturas. Uma amostragem feita com cerca de cinco
mil pessoas demonstrou as características distintas dos top management, pessoas
que atuam em cargos de presidência e diretoria, e middle management,
profissionais que ocupam funções de gerências.
No sul do País identificou-se que os líderes são pessoas focadas em resultados e
bastante competitivas. A motivação do funcionário não é levada em conta se ele
apresentar bons resultados. Já as pessoas que estão em uma hierarquia menor, os
middle management, são profissionais voltados para o lado humano. Essa diferença
cria uma problemática, já que com visões distintas, eles não se entendem. Neste
caso é necessário que os top entendam que seus gerentes lidam com muito mais
pessoas que eles e que está relação é força motriz de qualquer organização.
A teoria do “bate e assopra” pode ser aplicada à São Paulo. Os líderes que se
encontram no centro de negócios do Brasil são voltados a resultados, mas também
apresentem uma visível sensibilidade com o lado humano. Quando falamos de
gerentes, o resultado é exatamente inverso. Eles são mais voltados para as
pessoas, mas não deixam de lado também o lado de resultados. Nesta constatação o
equilíbrio entre as duas frentes é mais fácil e pode ser alcançado com o bom
senso.
A cultura carioca é altamente relacionada à preocupação com a qualidade de vida.
Ao contrário das duas regiões acima, o Rio de Janeiro possui líderes orientados
para as pessoas, preocupados, claro, com os resultados. Neste caso, os middle
management apresentam um sério problema às empresas. São, em geral, voltados
apenas para o lado humano de sua função o que os leva muitas vezes acreditar
demais no potencial de um funcionário, deixando de lado regras e diminuindo
resultados.
Ao analisar a região nordeste fica claro a influência de São Paulo e Rio de
Janeiro. Os top management têm como referência de uma boa gestão a capital
paulista e seu trabalho focado em resultados. O estilo de liderança possui um
tom autoritário. Quando falamos dos gerentes, encontramos uma curiosa mistura
desta influência. Já os middle management têm como exemplo de negócios a cidade
de São Paulo, mas quando se trata de qualidade de vida, o foco é o estilo
carioca.
Para os líderes vale a pena entender as diferentes características que pontuam
sua atuação e de seus subordinados. Dessa forma, poderá se entender as falhas e
pontos fortes de uma equipe e utilizar essas informações para direcioná-la ao
sucesso.