Inúmeros negócios são iniciados em famílias. Uma simples conversa em uma
reunião familiar pode ser o estopim de uma idéia de negócio que começa a ser
desenvolvida com um irmão, tio, primo ou cunhado. Alguns aventureiros arriscam
até começar empresas com seus sogros.
Negócios feitos em família trazem vários benefícios. O principal deles é a
confiança. Partindo de uma forte confiança mútua, é possível acelerar o negócio
e isso pode se tornar um importante diferencial.
Ainda assim, existem armadilhas que podem acabar com uma relação familiar em
um negócio. Isto pode acontecer até quando a empresa é lucrativa. A seguir
listo algumas dicas para quem pretende criar ou já está em uma empresa familiar.
Não misturar negócios com família
Reuniões familiares não são reuniões de negócios. Saiba compreender o
momento certo de falar sobre a empresa, e use os momentos familiares para
fortalecer as relações de afeto e confiança. Isto será melhor tanto para o
negócio quanto para a vida pessoal.
Separar bem as responsabilidades
Isto é ainda mais importante do que nas empresas com sócios não-parentes. É
comum que no calor do negócio se confunda a relação familiar com a profissional
e um sócio queira interferir nas atividades do outro. Planejar as
responsabilidades e monitorar a não-interferência mútua ajudará a criar um clima
harmonioso.
Em muitos casos, fica definido que um sócio trabalhará mais no negócio do que
outro. Isto também deve ficar bem registrado, para que não existam cobranças de
responsabilidade futuras.
Não esquecer a burocracia
Acordos por escrito não devem deixar de ser feitos apenas porque uma pessoa
confia na outra. É muito fácil entrar no clima de “não precisamos assinar nada”
no começo da empresa ou quando ela está lucrativa. Se e quando uma crise vier e
derrubar os resultados do negócio, as reações podem ser bastante diferentes e
cada sócio pode querer defender o seu lado.
O advogado continua sendo importante em empresas familiares. Ele deve
assegurar que os acordos assinados sejam juridicamente claros, para evitar
disputas intermináveis que destroem o negócio e a família.
Controlar as decisões emocionais
Talvez este seja um dos pontos mais difíceis, e envolve diversos aspectos do
negócio. Por exemplo, imagine que um sobrinho esteja precisando de um emprego,
e que a família “pressione” para sua contratação na empresa. E se ele não
tiver as competências necessárias? E se a empresa estiver no limite de seus
recursos? E se houver um candidato mais qualificado? Decisões emocionais são
difíceis de evitar, mas ao mesmo tempo podem minar a competitividade de uma
empresa.
Ficar alerta a sinais negativos
Existem indicadores que podem mostrar situações problemáticas em empresas
familiares. Por exemplo, o índice de demissões de funcionários não-parentes.
Se muitos funcionários saem da empresa, mas a família está sempre por lá, pode
ser um sinal de que a administração é excessivamente paternalista com a família,
em detrimento da equipe de trabalho. Nenhum profissional de respeito ficará em
uma empresa em que seu esforço não é recompensado, especialmente quando se sente
injustiçado pelos benefícios de um parente dos sócios.