Alguns analistas, conhecidos como analistas técnicos, fazem uso de gráficos e
indicadores para se orientarem no mercado financeiro. Através destas
ferramentas, é possível identificar tendências e as reversões destas tendências,
de forma que o investidor pode operar de acordo com elas, e não contra elas.
Além do conhecido gráfico de barras e os candlesticks, bastante utilizados para
traçar as linhas de tendência ou identificar os pontos de suporte e resistência,
os analistas técnicos também utilizam indicadores estatísticos que ajudam na
hora da tomada de decisão. Dentre estes indicadores, um dos mais utilizados e
mais versáteis são as médias móveis.
Como funcionam as médias móveis?
Como o próprio nome sugere, o indicador tira uma média dos preços de um
determinado ativo em um determinado período e aplica esta informação num
gráfico. Por exemplo, o uso de médias móveis de 10 dias, implica que será tirada
uma média, podendo essa ser simples ou exponencial, dos últimos dez preços
(normalmente são usados os preços de fechamento) e para cada dia que passa. o
preço do novo dia é adicionado à média e o preço do último dia é subtraído, de
forma que o gráfico irá se deslocar desta maneira.
As médias móveis são seguidoras das tendências, ou seja, elas só apontam uma
tendência quando esta já existe, de forma que a velocidade com que a
visualização da tendência irá aparecer no gráfico irá depender do tipo de média
utilizada. As médias móveis podem tanto mostrar uma tendência e confirmá-la,
como sinalizar uma possível reversão através da identificação de fortes
movimentos de compra ou venda do mercado.
Utilizando as médias móveis
Apesar disso, as médias móveis também podem apresentar atrasos, e isso irá
variar do período utilizado pelo analista para determinar o calculo da média.
Entretanto, esses atrasos podem ser eliminados, à medida que o analista utiliza
médias mais curtas, por exemplo, média de 5 dias ou 10 dias para gráficos
diários.
Contudo, vale ressaltar que, quanto mais curta for a média, mais sensível ela
será a mudanças nos preços, e, por isso, evitará menos atrasos do que as médias
mais longas, mas com mais freqüência ela poderá indicar uma tendência falha, um
pequeno movimento que não se confirmou mas que poderá parecer consistente no
gráfico.
Assim, para se obter o melhor resultado na hora de operar utilizando as médias
móveis, é preciso identificar aquele período de tempo em que a média é sensível
o bastante para mostrar a tendência com mais velocidade, mas insensível o
bastante para não deixar passar as tendências falhas.
Isso dependerá do perfil do investidor, de quanto ele está de disposto a se
arriscar para perceber uma tendência antecipadamente, correndo o risco dessa não
se confirmar. Além disso, é válido destacar que, como as médias mais curtas são
mais sensíveis, o investidor provavelmente irá realizar mais operações, o que
lhe gerará maiores custos com corretagem.
Escolha e eficácia
O uso das médias móveis pode ser mais eficaz, de acordo com analistas, com a
utilização de mais de um tipo de média junto, combinando dois ou três tipos de
médias por exemplo. Isso acontece, porque as médias mais longas funcionam melhor
quanto mais forte for a tendência, ao passo que, médias mais curtas são mais
eficazes na identificação de uma reversão de tendência.
Além de identificar uma tendência ou sua possível reversão, esta combinação
também poderá evitar os atrasos e as falhas de tendência passíveis de ocorrer na
utilização das médias móveis.
No caso da utilização de uma média apenas, o investidor pode identificar que um
movimento grande de compra foi realizado cada vez que um preço de fechamento
ficou acima da média móvel. Em sentido oposto, um movimento de venda será
observado caso o preço de fechamento fique abaixo da média. Para a confirmação
destes movimentos, alguns analistas preferem esperar a média cruzar o gráfico.
Utilizando duas ou três médias juntas
Na utilização de duas médias juntas, por exemplo de 5 dias e de 20 dias, ou
seja, uma média curta e uma longa, um sinal de compra é observado quando a média
curta cruza a média longa para cima em uma tendência de queda, configurando um
sinal de reversão. O mesmo vale para uma tendência de alta, ou seja, quando a
média curta cruza a média longa para baixo e sinaliza a reversão.
Já para a utilização de três médias móveis, por exemplo 5 dias, 10 dias e 20
dias, a confirmação de uma tendência é feita em três etapas: quando a média de 5
dias cruzar a média de 10 dias para cima, no caso de uma tendência de queda,
temos então uma sinalização de reversão, quando a média de 5 dias então cruza a
média de 20 dias temos a confirmação da tendência e por fim, quando a média de
10 dias cruza a de 20 dias, temos a ratificação deste movimento.
Perfil do investidor e outros indicadores
Mais uma vez, nestes casos o perfil do investidor será fundamental na hora
da tomada de decisão, uma vez que um investidor com perfil mais arrojado talvez
não queira esperar a ratificação do movimento para comprar ou vender um ativo,
já que até o momento da ratificação, o rendimento pode ter diminuído.
Além disso, um fator de fácil visualização e que não requer muita prática na
hora de analisar um gráfico com médias móveis é que todo preço tende a se mover
em linha com a média, assim, quando por exemplo, o preço está muito acima da
média, a tendência é de que ele caia até atingir a média. Da mesma maneira, caso
o preço esteja muito abaixo da média, há uma tendência de que ele suba e volte a
se encontrar com a sua média. Quanto tempo o investidor irá esperar os preços se
distanciarem da média, porém, também irá depender de seu perfil.
Além das médias móveis, existem outros indicadores que, combinados à utilização
dos gráficos e das médias móveis, irão prover mais segurança na hora da tomada
de decisão, de forma que analistas recomendam esta combinação e afirmam que, à
medida que as tendências são identificadas em mais gráficos, mais segura será a
tomada de decisão.