Finanças pessoais - Planejamento sucessório: como alocar bens segundo o perfil dos herdeiros?
Sucessão e herança. É natural que pouca gente se sinta confortável em tratar do
tema, mas imagine que você trabalhou a vida inteira, construiu um patrimônio
impecável, de sucesso e, mais cedo ou mais tarde, terá de pensar em passar esse
seu legado para alguém, certo?
E como fazer isso da melhor maneira possível? De acordo com o sócio de Creuz e
Villarreal Advogados Associados, Gabriel Hernan Facal Villarreal, por meio do
planejamento sucessório, é possível estabelecer regras para a alocação do
patrimônio entre os herdeiros. "Raramente todos os herdeiros desenvolvem um
mesmo perfil pessoal e profissional, assim, cada um desenvolve uma forma
específica de se relacionar com o dinheiro e patrimônio", afirma. "Dessa forma,
através de uma divisão pensada, é possível fazer a alocação do patrimônio de
acordo com o perfil ou necessidade específica de cada herdeiro", explica.
Diferentes perfis e conhecimento
Segundo o advogado, na mesma família, podem ser encontrados herdeiros com perfis
conservadores, arrojados ou até dilapidadores de patrimônio, além de diferentes
níveis de conhecimento.
"Podem igualmente existir herdeiros que possuam renda própria e condições de
sustento, ao passo que outros podem não dispor de nenhuma espécie de recurso.
Além destes, existem também aqueles que não possuem experiência alguma na
administração de bens ou que não dominem as diferentes opções de investimentos
disponíveis no mercado financeiro", completa.
O quê, para quem?
Como, então, alocar a cada herdeiro uma parcela que possa efetivamente lhe
prover os recursos de que necessita?
Confira as sugestões de Villarreal:
- Imóveis: para herdeiros que necessitam de renda, mas não sabem
administrar dinheiro;
- Investimentos: para aqueles que têm maior conhecimento do mercado
de capitais;
- Empresas/negócios: para aqueles com maior capacidade
administrativa;
- Seguro de vida: para aqueles mais necessitados (filhos pequenos
que ainda necessitam de alguns anos de educação, herdeiros excepcionais ou
portadores de deficiência, herdeiros doentes ou que requeiram cuidados
especiais).
Planejamento sucessório
Segundo Villarreal, de dois fatores dependem o sucesso de um planejamento
sucessório:
Deve refletir a vontade de quem planeja
Deve ter a aceitação dos herdeiros.
"Portanto, é importante que quem planeja converse com a família, para que
ninguém tenha surpresa e para que todos entendam as razões e os motivos das
escolhas", aconselha o advogado.
"Em alguns casos, no entanto, pode não ser recomendável partilhar tais
informações com algum ou alguns herdeiros em especial, porém é sempre bom poder
contar com o de acordo dos envolvidos, evitando, com isso, futuros
descontentamentos, disputas familiares e longos litígios judiciais que possam
comprometer a disponibilidade do patrimônio", finaliza.
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