Ter um curso de MBA (Master Business Administration) no currículo já não é
garantia de diferencial no mercado brasileiro. Embora não exista um levantamento
preciso de quantas especializações do tipo existem no Brasil, já que os cursos
se enquadram na categoria de pós-graduação lato senso e, consequentemente, não
são avaliados pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior) do MEC (Ministério da Educação), a estimativa da Associação Nacional
de MBA é que existam mais de nove mil cursos. Poucas escolas, no entanto,
desfrutam de renome no mercado e as que têm esse reconhecimento costumam
praticar preços mais elevados – superiores a R$ 20 mil.
Então, optar por um curso mais barato significa algum tipo de exclusão no
mercado, certo? A resposta é não, mas também é sim. A consultora da DDI
Consultores do Brasil, Priscila Giglio, ressalta que algumas escolas realmente
têm um conceito melhor entre recrutadores, empresários e executivos, mas o que
tem mais peso na análise de um profissional, efetivamente, é o equilíbrio entre
vários fatores. “Percebemos que as empresas avaliam um conjunto entre a
experiência, aptidões, habilidades e o que efetivamente foi assimilado do curso
realizado”, explica.
Fabiana Nakazone, gerente da DM Especialistas concorda. A consultora lembra que
muitas vezes um curso pouco renomado de graduação pode ser sucedido de outro MBA
reconhecido ou vice-versa. Por isso, na avaliação da profissional, uma marca
reconhecida da instituição onde o curso foi realizado potencializa o currículo
de um candidato, mas está longe de ser fundamental em uma seleção. “O ideal
mesmo é uma formação sólida, independentemente da instituição escolhida. O
profissional precisa mostrar a aplicação prática de seus conhecimentos, como se
envolveu com o aprendizado, que tipo de experiência agregou a ele, e é isso que
terá o maior peso em sua avaliação”, analisa.
Escolha
Atualmente, não é difícil encontrar diversas modalidades de cursos de
especialização e MBAs mais acessíveis e, entre elas, estão cursos online,
presenciais, mistos, apenas aos finais de semana, de um a dois anos, intensivos
e com ou sem avaliações periódicas. O MBA, sigla derivada dos Estados Unidos, é
um especialista em administração de negócios, portanto, está sob a esfera desta
opção as áreas de marketing, finanças, RH (Recursos Humanos), contabilidade,
projetos, entre outras ciências ligadas à gestão. Trata-se, portanto, de um
curso de especialização como qualquer outro, mas voltado para a administração.
Priscila Giglio, da DDI, analisa que mais importante do que a própria escolha da
instituição na hora de cursar um MBA é que o profissional que busca determinada
especialização tenha os seus objetivos bastante claros. “É necessário que o
aluno do curso saiba qual caminho ele pretende traçar, quais as metas a serem
atingidas com o estudo e que tipo de informações são mais valiosas em sua
realidade ou perspectiva profissional. Por isso, é importante se informar muito
e avaliar com cautela a opção de fazer um MBA, e que tipo de instituição ou área
seguir”. A consultora acrescenta que muitas vezes os profissionais acabam
optando pela especialização antes mesmo de frequentar cursos de inglês ou de
contar com o amadurecimento necessário para absorver as aulas de forma adequada,
e nestas situações, a marca da instituição valerá muito pouco no final.
Fabiana, do grupo DMRH, explica que a valorização de algumas instituições no
País se dá pelo fato de a média de seus profissionais saírem com bagagem de
conhecimento superior e desempenho satisfatório no mercado, mas que esse
diagnóstico não limita a inserção de profissionais vindos de instituições menos
renomadas ou mais novas. “É claro que existe a percepção que cursos muito
acessíveis não conseguem alcançar níveis de excelência, em função do alto custo
demandado com bibliotecas, estrutura, quadro docente e material didático, mas
não se deve generalizar. É possível que com ferramentas web se reduza custos e
profissionais consigam absorver grande carga de conhecimento, mesmo em cursos
mais acessíveis. Não é comum, mas cada caso merece uma análise detalhada”,
comenta a consultora.