Carreira / Emprego - A hora de bolar o "plano B" é quando tudo vai bem
Fazer planejamento estratégico é definir onde você quer chegar e como vai
chegar lá. Executivos de talento gastam um tempo de qualidade definindo esse
plano para seus negócios e também para sua vida pessoal.
Você já sabe o que quer conseguir em 5 ou 10 anos? Isso já é um grande passo.
Mas o que ainda é raro é a prática de pensar algo muito simples mas muito
importante: e se esse plano der errado? Pouca gente sabe a sua segunda
preferência e, principalmente, o que fazer agora para se precaver caso a
primeira opção falhe.
Esse texto existe para convencê-lo e ajudá-lo a fazer um "plano B" - uma
alternativa caso seu desejo não se concretizasse. Parece simples, mas todos
ficam tão ocupados e, principalmente, confiantes com o seu "plano A" que se
acomodam. Quando ele dá errado, o mundo desaba e nasce o arrependimento de não
ter colocado uma proteção para não cair no chão.
Raramente as pessoas trocam e-mails com desconhecidos se apresentando, querendo
simplesmente trocar informações e cultivar uma rede de contatos. Por outro lado,
é impressionante a freqüência com que aparecem e-mails do tipo: "Prezado
desconhecido, meu plano de carreira falhou e agora procuro emprego".
Exageradamente falando, isso é o mesmo que um homem mandar um e-mail para uma
mulher desconhecida pedindo que ela considere a possibilidade de casar com ele.
Pulou o primeiro contato, o namoro e o noivado, ou seja, o networking.
Se você está despreocupado, confiante apenas no "plano A", cuidado! Fazer um
"plano B" é tão essencial quanto fazer exames preventivos de saúde, um seguro de
automóvel ou um hedge financeiro. Porque ainda não planejamos bem a nossa
própria carreira?
Se você não sabe por onde começar, uma boa dica é pensar no que você faria caso
perdesse o emprego amanhã. As duas respostas mais comuns para essa pergunta são:
procuraria outro emprego (mandando currículos para todo mundo); ou abriria um
negócio próprio.
Vamos aos fatos: pesquisas indicam que, em geral, executivos demoram mais de
seis meses para arrumar uma recolocação e que, em ao menos metade dos casos
eles, no desespero, conseguem uma posição pior que a anterior (em termos
financeiros e/ou de responsabilidade). Ao mesmo tempo, o Sebrae demonstra que a
maioria dos negócios que são abertos baseados na "necessidade" (abri porque
fiquei desempregado) e não pela "oportunidade" (investi porque tenho vocação e
quero viver disso) fecham as portas nos primeiros três anos de vida.
Mas tenho boas notícias. E a maior delas é que o seu futuro pode ser
influenciado por você. Tome as rédeas da sua carreira e planeje também as
situações adversas. Está nas suas mãos evitar essas situações de frustração ou
criar um escape com antecedência. Desenvolva já uma alternativa e comece a agir
sobre ela. Em alguns casos isso pode significar que você terá que fazer uma
pós-graduação (seu "plano B" pode ser a carreira acadêmica). Em outros, você
talvez decida abrir um pequeno negócio em paralelo, fazer uma outra faculdade,
estudar sobre outros setores ou, simplesmente, fazer alguns contatos que poderão
ajudá-lo no futuro. O risco sempre existe, mesmo que você não o veja. Prepare-se
e mantenha a sua carreira sob o seu controle.
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