Com a crise econômica, muito se fala sobre o corte nos gastos dos
consumidores, que estão deixando de lado a compra de produtos considerados
supérfluos e as marcas mais caras, para priorizar os produtos mais essenciais.
Porém, essa não é a única escolha das pessoas e muitas delas não desistem das
compras emocionais nesse período. Não se trata de gastar sem pensar, cortando o
que puder dos gastos considerados mais essenciais.
"Detectamos uma tendência que chamamos de 'Consciaction', ou seja, pessoas que
estão economizando em produtos commodities - que não trazem tanto valor agregado
ou emocional - para gastar mais com os que trazem valor emocional", considera o
fundador e diretor-geral da Voltage, Paulo Roberto Al-Assal.
Consumidores são diferentes
Para o diretor, não se pode apontar um comportamento padrão para os
consumidores, principalmente em um período de crise. "As nossas pesquisas
mostram que há diferentes perfis de consumo e que os consumidores reagem de
formas distintas diante da crise econômica. Alguns, inclusive, adotam um perfil
de consumo diferente do convencional e mostram-se dispostos a experimentar;
aproveitam a oportunidade de investir no novo, independente do preço", explica.
Para Al-Assal, essa tendência pode ser verificada em todas as classes sociais.
"Nesse contexto, a propaganda e a construção da marca devem estar alinhadas a
essa tendência, pois estamos na era do lado direito do cérebro, o lado
emocional", completa.