Filhos - Hora de renegociar mensalidade escolar
A inadimplência nas escolas particulares do Estado passou de 7% em junho do
ano passado para 10,8% nesse mês e, antes que você faça parte dessa estatística,
é bom começar a negociar. Se o orçamento está muito apertado, peça descontos, vá
atrás de bolsas. Foi assim que Dulce Vitória de Souza, de 55 anos, encarregada
do departamento pessoal de uma contabilidade conseguiu um desconto de 31,5% e
garantiu que sua filha, Manoela, de 15, fizesse o ensino médio em uma colégio
particular (leia ao lado).
Mas se alguma mensalidade já está atrasada, corra para a escola do seu filho e
faça uma renegociação. Durante o segundo semestre, você pode colocar as dívidas
em dia e evitar que, no fim do ano, seja impedido de renovar a matrícula.
Os colégios não podem proibir que os alunos com mensalidades atrasadas cursem o
segundo semestre nem podem cobrar matrícula no meio do ano. Mas, quando chegar a
hora de renovar o contrato, têm o direito de se negar a continuar com o
estudante, explica a assessora-técnica da diretoria-executiva do Procon,
Gabriela Ribas Antonio. "Reajustes também não podem ocorrer no meio do ano",
lembra.
Caso o seu orçamento não dê mesmo para continuar pagando o colégio, as férias de
julho podem ser um bom momento para mudar para uma escola mais barata. Mas o
presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo,
José Augusto de Mattos Lourenço, afirma que isso não é muito comum. "A
rotatividade nos colégios particulares é grande. Tem muito aluno indo para
escolas mais baratas, mas isso acontece mais no fim do ano", afirma. "E, apesar
de os descontos e das bolsas serem decididos na hora da matrícula, sempre é
possível tentar alguma coisa."
Diretora do Colégio Magno, Miriam Tricate diz que está de portas abertas para
conversar com as famílias o ano todo. "Imprevistos acontecem. Se há uma doença
grave ou um caso de desemprego, tentamos chegar a um acordo. Não queremos perder
alunos por causa de problemas financeiros", diz. "Só não acho ético que algumas
escolas estejam ligando para a casa de pais oferecendo mensalidades mais
baratas."
Lourenço lembra que é cada vez mais comum os pais pedirem abatimentos nas
mensalidades. "O brasileiro vem se acostumando cada vez mais a pedir um
descontinho, seja na feira ou na escola do filho." A gerente-financeira da
Escola da Vila, Roseles Turatto, confirma: "Por causa dessa crise, recebemos
mais pedidos de descontos nesse ano. O problema é que nem sempre podemos ajudar
todo mundo".
COMO NEGOCIAR
MATRÍCULAS E MENSALIDADES NO MEIO DO ANO
Apenas os cursos semestrais, como os das faculdades, podem cobrar
matrícula no meio do ano. Escolas de ensino fundamental e médio têm
contrato anual e não podem fazer essa cobrança.
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Pais que desejam pedir descontos devem procurar as escolas e
explicar sua situação. Mas os colégios adiantam que, no meio do ano, só
negociam em casos extremos, como desemprego ou doença grave na família.
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Se você está devendo alguma mensalidade, procure a escola
imediatamente para não deixar o atraso se acumular. No fim do ano, as
escolas podem se recusar a renovar a matrícula de alunos inadimplentes.
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Pais que tiveram descontos no primeiro semestre de cursos anuais
podem voltar às escolas e tentar a continuação do desconto.
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Pais que têm descontos ou bolsas anuais devem ter o direito
registrado no contrato, no início do ano.
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Fique atento às taxas de juros propostas pelas escolas na
renegociação.
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Na hora de
fazer a matrícula, verifique:
1. Se seu
orçamento comporta todas as parcelas propostas; |
2. Quais são
os juros cobrados em caso de atrasos; |
3. Se a
escola oferece descontos para mais de um filho. Apesar de não ser uma
obrigação, a maioria dos colégios tem esse costume; |
4. Se o
reajuste proposto (no caso de haver aumento de um semestre para outro)
foi justificado. |
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