Quando se fala em pirataria, a maioria das pessoas pensa em CDs, DVDs e
produtos eletrônicos, e poucas pensam nas peças de carros. Porém, esses produtos
também sofrem falsificações, e, mais do que prejudicar a arrecadação de impostos
e a geração de empregos, isso ocasiona gastos com a manutenção do carro e
aumenta a insegurança do motorista e dos passageiros.
Segundo o presidente do FNCP (Fórum Nacional Contra a Pirataria e a
Ilegalidade), Alexandre Cruz, dependendo da peça, o comércio ilegal pode chegar
a 50% do mercado legal. "Mas é um barato que sai caro. A peça falsa desgasta
mais rápido, e desgasta outras peças do carro", explica ele.
Cruz também ressalta que o uso de peças pirateadas pode colocar em risco a
segurança dos ocupantes do veículo. "A pirata não respeita normas de segurança e
não usa material de qualidade. As fabricantes fazem vários testes com as peças,
por isso que há o recall, porque foi identificado um problema. Mas as peças
falsas não passam por esse controle", explica.
Tipos de pirataria
Ele lembra que há três tipos de pirataria nesse segmento. O primeiro deles
consiste no recondicionamento de uma peça usada, para ser vendida como nova.
Também há os produtos que vêm da importação irregular, na maioria das vezes com
origem em países da Ásia. O terceiro, consiste no mercado paralelo sem
autorização.
"Nesse caso, o motorista vai trocar uma peça, como o parachoque, e tem duas
opções: colocar a peça original da marca do carro ou uma peça compatível, que se
encaixa perfeitamente. Se o produto for autorizado, não é pirataria, mas isso é
muito raro, pois, se a montadora dá a autorização, ela torna original de
fábrica", afirma Cruz.
Prevenção
O presidente do Fórum ressalta que é muito difícil identificar uma peça falsa a
olho nu, mas lembra que, para não ser vítima da pirataria, é essencial procurar
mecânicas reconhecidas ou as concessionárias e desconfiar dos preços muito
baixos.
Além disso, é importante pedir para olhar a peça que foi retirada do carro, a
caixa do produto novo e a nota fiscal. Como no caso de CDs e DVDs, as embalagens
costumam deixar claro que o item não é original.
Quanto a ações de combate a esse tipo de fraude, Cruz lembra que, no fim de
2008, foi divulgada uma campanha na TV, que deve voltar a ser veiculada neste
ano. Além disso, seminários já foram realizados para explicar os riscos e
consequências desse tipo de comércio.