Os FIDCs, ou Fundos de Investimento em Direitos Creditórios, são uma
alternativa de investimento relativamente recente no mercado brasileiro.
Contudo, cada vez mais este tipo de fundo atrai a atenção dos investidores,
devido à sua alta rentabilidade em relação a outros tipos de investimento em
renda fixa.
Parte do passo a passo do processo de criação de um FIDC, a classificação de
risco das cotas do fundo é fundamental. Ela permite ao investidor melhor avaliar
os riscos desta aplicação. Conhecendo um pouco mais sobre esta etapa fundamental
no processo de criação e negociação dos FIDCs, fica clara a atratividade e
segurança desta aplicação.
Quem são as agências classificadoras de risco?
Para se obter a classificação de risco do FIDC e de suas classes ou séries de
cotas que serão ofertadas aos investidores, o administrador do fundo deve
contratar uma agência classificadora de risco em funcionamento no país. A
atualização do rating do fundo e de seu emissor deve ser feita, no mínimo, a
cada três meses.
"Classificações de risco de crédito de uma ou mais agências de classificação de
risco são, em geral, obtidas para títulos a serem emitidos. Investidores
baseiam-se nessas classificações para realizar suas análises a respeito da
qualidade do crédito e integridade estrutural da operação", dizem os analistas
da Uqbar, consultoria de finanças especializada no mercado de securitização.
Estas agências são empresas especializadas em atribuir uma classificação de
risco de crédito para os FIDCs e para seus emissores. Segundo informações da
Uqbar, atualmente existem seis empresas atuantes no Brasil oferecendo este
serviço de classificação de riscos, sendo que quatro destas são internacionais.
Problemas da concentração dos ratings
A Andima (Associação Nacional das Instituições do Mercado Financeiro) ressalvam
para a alta concentração dentre as empresas de classificação de rating.
Embora existam poucas empresas que prestem este serviço, os números de 2005
mostram que apenas duas destas agências de classificação respondiam pela análise
de mais de 60% do patrimônio líquido dos FIDCs.
"Além da concentração resultar em custos elevados, a percepção dos entrevistados
(pela Andima) é a de que, tendo em vista a grande responsabilidade conferida às
agências de rating na estruturação de um fundo - uma vez que a avalização
de um FIDC praticamente define a sua distribuição -, seriam necessárias regras
que estabelecessem procedimentos padronizados para as empresas de risco,
permitindo maior comparabilidade entre as diferentes avaliações", diz a Andima.
"Até porque se trata de uma metodologia densa, que dificulta a avaliação dos
investidores em relação às notas concedidas, que passa a se basear na confiança
depositada na agência escolhida.", completa a entidade.
Cumprimento de normas: rating e auditoria
"As classificações desenvolvidas por estas empresas variam de acordo com
metodologias internas. No entanto, em operações de securitização, todas tentam
quantificar os mesmos fatores: os principais riscos associados ao título ou ao
emissor que possam interromper, de forma pontual ou permanente, o fluxo de
pagamentos dos créditos que dão lastro aos títulos de securitização", diz o
Manual Uqbar de Securitização: um glossário de termos.
O cumprimento das exigências regulamentares dos FIDCs não termina na
classificação dos riscos do fundo ou de seu emissor. Também é necessária a
contratação dos serviços de uma empresa de auditoria independente, que validará
os demonstrativos trimestrais do fundo.
Esta auditoria evidencia se as operações efetuadas estão de acordo com a
política de investimento do emissor do FIDC, os limites de composição e
diversificação do fundo, além de avaliar se o administrador cumpre as taxas
praticadas no mercado.