Nossas vidas estão repletas de problemas e situações que necessitamos
enfrentar. E quantas vezes queremos atuar de forma criativa, mas não sabemos
como? Isso acontece devido aos nossos modelos mentais que advêm, geralmente, de
nossa infância - fase em que solidificamos concepções e formatamos os modelos
mais fortes - ou os que são baseados nas experiências mais recentes.
Modelos mentais são, indubitavelmente, importantes em nossa vida, pois nos
ajudam em muitas tarefas. Não há algo errado em usar os modelos tradicionais; o
problema começa quando eles envelhecem e, assim, inibem o potencial criativo. Ou
seja, ao utilizar apenas os modelos mentais usuais, não permitimos ao nosso
cérebro "zerar" os próprios paradigmas e deixar que as idéias fluam por novos
caminhos.
Pare e pense: o quanto você resolve pequenos problemas do dia-a-dia acionando
o "piloto automático"? Quantas vezes você se obrigou a fazer tarefas de forma
diferente, saindo do comum? Se você tem este último hábito como prática,
parabéns! Isso significa que você está, no mínimo, acostumando seu cérebro a
praticar e buscar novos modelos.
A quebra de modelos mentais e liberação da criatividade, muitas vezes, são
impedidas pelo pouco tempo que temos para realizar tarefas e também por
determinado medo de "sair da caixa". Sendo assim, comece renovando seus
paradigmas em casa. Logo se acostumará com este processo, levando-o naturalmente
ao trabalho.
Inicie esta renovação mudando a forma de fazer coisas todos os dias. Veja
novos filmes, vá a novos lugares, fale com novas pessoas, leia livros variados.
Na medida em que a mente fica exposta a novidades, há estímulo, a observação
fica mais aguçada e é mais fácil fazer novas conexões entre as idéias.
No campo específico do trabalho, uma boa ferramenta é provocar encontros com
pessoas que trabalhem com temas ou atividades variadas. Este hábito amplia os
horizontes e ajuda na vinculação de conceitos. Em reuniões, por exemplo, tente
juntar profissionais diferentes, de forma a ter divergência e discussão (no bom
sentido). É fato que conviver e trocar idéias com pessoas que não são iguais a
você pode, muitas vezes, ter um certo custo emocional, mas é uma grande
oportunidade de treinar a empatia, de desenvolver a capacidade de escuta, de
aprender com o outro - e de ser criativo.
Outro ponto fundamental: fuja sempre da arrogância do conhecimento. Sempre
que assumimos que sabemos tudo sobre um tema, limitamos nossa capacidade
criativa, pois perdemos a curiosidade. Ou seja, jamais se contente com o que
você sabe, pois sempre é possível ir além. Complemente esta "humildade" com
atitude e coragem para implementar suas idéias. O medo de se expor inibe a
criatividade. Para implantar uma idéia criativa é preciso, acima de tudo, de
muita determinação.
É produtivo também fugir de frases que matam idéias, como "Isso não vai dar
certo", "Não vão aprovar...". Sempre que colocamos a mentalidade negativa em
nossas ações, já estamos construindo o fracasso. É preferível se munir de
coragem, de confiança e, no momento certo, lançar a idéia criativa. Afinal, o
"não" você já tem. Por que se contentar com ele?
Criatividade, como vimos, tem a ver com saber resolver problemas. Quando você
consegue avaliar corretamente uma situação e detém um conhecimento que sustente
uma idéia e a promova, ao aplicar a imaginação e sair da zona de conforto,
estará sendo criativo. Obrigue sempre seu cérebro a buscar mais informações.
Afinal, a melhor solução não é necessariamente a primeira, esta é apenas uma das
respostas certas, e que pode estar longe de algo criativo.
Podemos concluir que criatividade é uma questão de postura. Como em todo o
resto, são nossas escolhas que determinam nosso caminho e nosso resultado.
Depende de nós saber se estamos jogando para vencer ou para não perder. Assim,
permita extravasar todo o potencial criativo latente dentro de você. Se apaixone
pela sua capacidade de mudar, de trazer o novo e o diferente à sua vida. A
partir do momento em que se apropriar desta competência, alimentando-a sempre,
nada mais fará você parar. Porque terá, finalmente, construído uma grande
certeza, daquele tipo que ninguém destrói ou rouba: a confiança de que mudar e
ser criativo está em suas mãos; e se algo não estiver como você quer, basta você
agir.