Investimentos / Fundos - O outro lado da crise: ela pode estar a seu favor na hora da compra
É comum as pessoas enxergarem a crise com certo receio. Afinal, quem investiu na
Bolsa viu suas ações perderem valor. Quem comprou um carro já percebeu uma
desvalorização mais forte. Quem está atrás de um novo imóvel detectou
dificuldades em adquirir um empréstimo. Mas, apesar de tudo isso, este é um
momento de oportunidades para o consumo.
De acordo com o professor PhD da FIAP (Faculdade de Informática e Administração
Paulista), Marcos Crivelaro, o consumidor pode se sair bem diante da crise tanto
na aquisição de bens de maior valor quanto na de produtos de menor valor. "Será
um ano bom para quem tem emprego. O poder de barganha é total", afirmou.
Como a previsão é de desaceleração da economia, o que os varejistas querem é
conquistar os clientes. Por isso, em momentos de crise, o que acontece é que
eles facilitam a negociação. Cabe ao consumidor barganhar.
Promoções
Além do poder de barganha, na crise, outra oportunidade é com as promoções.
"Este deve ser um ano difícil, mas creio que novas medidas virão. Também será um
ano de promoções", disse o especialista, em referência às medidas tomadas pelo
governo para aumentar a renda da população, como redução do IOF (Imposto sobre
Operações Financeiras) e criação de novas alíquotas do IR (Imposto de Renda).
"Agora, quando os produtos estão mais baratos, o risco é de o consumidor se
empolgar com as promoções e comprar o que não precisa, o que desfalca o
orçamento". Antes de realizar uma compra, ele indica que a pessoa analise:
preço, vantagem, validade e necessidade de consumo.
Um exemplo clássico disso são os alimentos. Muitas pessoas vão ao supermercado e
apenas olham para o valor quando se deparam com uma oferta. Então, compram mais
do que precisam. Mais tarde, verificam que o produto era para ser consumido em
uma semana.
Cada situação, uma atitude
Conforme explicou Crivelaro, uma palavra que deveria ser proibida neste momento
de crise é financiamento. Mas, como em muitos casos isso é inevitável, confira
abaixo qual deve ser a atitude do consumidor em diversas situações:
- Para quem tem dinheiro em mãos: liste o que você realmente necessita,
procure promoções destes itens e vá comprando aos poucos;
- Para quem tem que comprar um bem de alto valor: utilize um bem antigo
para dar de entrada ou acumule o máximo de recursos para não financiar todo
o valor. "Não troque o usado por um novo, porque o preço dos novos, mesmo
que as empresas estejam diminuindo a margem de lucro, ainda está alto.
Aproveite o mercado de usados", afirmou Crivelaro.
- Para quem tem dívidas: se for uma dívida "fresca", normalmente as
empresas não dão muitos descontos. Nas mais antigas (um ano, um ano e meio),
os credores estão procurando os endividados para negociar. Com a crise, a
dica é pagar primeiro as mais antigas, porque há boa vontade para
negociações. Porém, não deixe de analisar os juros cobrados e a modalidade
da dívida;
- Para quem precisa viajar: na hora de comprar moeda estrangeira, num
período de volatilidade, o que se precisa fazer é comprar aos poucos,
semanalmente ou quinzenalmente. O que não dá é para deixar para a última
hora. Na volta da viagem, se a pessoa tiver perspectiva de fazê-la dentro de
pouco tempo, o melhor é continuar com a moeda estrangeira, fugindo de
oscilações. Para quem não tem perspectiva de viajar, o melhor é trocar a
moeda e aplicar o dinheiro, ou então saldar dívidas.
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