Ao iniciar um plano de previdência complementar a pessoa deve ficar atenta
aos seguintes aspectos: como serão feitas as suas contribuições? Qual é a melhor
periodicidade de investimentos?
De acordo com Eduardo Correia, líder da área de previdência complementar da
Mercer, as contribuições dos planos de previdência PGBL (Plano Gerador de
Benefício Livre) e VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre) são feitas de forma
definida, onde as seguradoras dos planos definem a porcentagem do investimento
que será aplicada em renda fixa e a porcentagem que será investida em rendas
variáveis.
"As contribuições definidas funcionam como se fossem uma poupança, oferecendo
opções de investimentos com mais riscos ou com menos riscos, dependendo da
porcentagem de aplicações em ações", afirmou Eduardo Correia.
Renda Fixa x Renda Variável
Tanto para os planos de previdência PGBL quanto os planos VGBL, o contribuinte
pode optar na hora de adesão por fundos multimercados, onde até 49% das
contribuições realizadas podem ser alocadas em uma carteira de renda variável,
como, por exemplo, aplicações em ações, e o restante, para fundos de renda fixa,
como, títulos do governo e CDBs (Certificado de Depósitos Bancários).
"Cada seguradora define as características dos planos de previdência
complementar. No contrato está determinado onde serão feitos os investimentos e
os percentuais. Para evitar prejuízos, as seguradoras não aplicam uma parte
muito grande das contribuições em determinada ação. Os investimentos são bem
pulverizados para evitar a volatibilidade muito alta", revela o especialista.
Quanto contribuir?
Os valores das contribuições dependem da disponibilidade que cada pessoa pode
poupar. As seguradoras geralmente colocam como valor mínimo, como contribuições
a partir de R$ 50
Para Eduardo Correia, a melhor forma de estipular o valor ideal é respondendo à
pergunta: quanto você gostaria de ter no momento da sua aposentadoria?
Se você deseja ter uma renda mensal de R$ 3 mil reais por mês, precisa fazer uma
simulação de quanto investir e quanto tempo será preciso para juntar o montante
necessário, levando em conta o aumento da expectativa de vida, já que
provavelmente, você viverá mais.
Um outro fator bem importante é a necessidade de se manter a periodicidade das
contribuições.
"O ideal é que as contribuições sejam feitas em uma boa freqüência, de
preferência mensal, porque o fator que ajuda o contribuinte a ter um saldo maior
é a rentabilidade, ou seja, quanto mais ele investe, mais ele lucra com os
juros", diz Correia.
De olho nos seus investimentos
Grande parte da população começa a investir em previdência, mas não acompanha a
rentabilidade dos seus planos.
Ao agir dessa maneira, os contribuintes perdem algumas oportunidades de obter
uma rentabilidade maior. Por isso, é fundamental que haja um acompanhamento
desse investimento.
"O investidor precisa fazer projeções e simulações dos seus investimentos para
garantir maior rentabilidade. Ao ter um acompanhamento diário do investimento, o
contribuinte pode fazer ajustes nos seus planos reduzindo ou aumentando as suas
contribuições para conseguir uma renda maior. Aqueles que acham que essa tarefa
é complicada estão enganados, essa averiguação pode ser feita todos os dias nos
sites das seguradoras", afirmou Correia.
Como investir?
Para o especialista, a combinação de investimentos em renda fixa e renda
variável é melhor do que investir isoladamente em um tipo de renda.
"As ações ao longo prazo fornecem ao investidor um bom rendimento. Então, ao
seguir a receita básica, o contribuinte de previdência complementar deve
investir cerca de 20% a 25% das suas contribuições em renda variável e o
restante em renda fixa. Assim, as chances de ele conseguir uma boa rentabilidade
serão maiores em tempos de crise", finaliza Eduardo.