Algumas pessoas sentem um frio na barriga e um nervosismo enorme quando chega
o momento de subir na carreira. Outras sequer cogitam assumir um cargo de
liderança, porque se sentem confortáveis na posição em que estão. Mas, a grande
questão é saber por que isto acontece, para poder superar esta insegurança.
De acordo com o psicólogo, consultor de empresas e palestrante, Rogerio Martins,
este medo está aliado à baixa auto-estima, geralmente rebaixada por motivos
individuais e coletivos. Desde criança, em nossa cultura, os pais educam os
filhos para não correr riscos. Frases como 'não corra', 'vá devagar para não se
machucar', 'não faça isso', são constantemente proferidas pelos pais, educadores
e outras pessoas próximas, explicou. O resultado: pessoas inseguras!
Outro motivo claro para o medo da liderança é que as pessoas não são estimuladas
a se destacarem individualmente. É menos polido, soberano, ético. Quem se
destaca sozinho é depreciado e invejado. Durante o período escolar, as pessoas
são incentivadas a trabalhar em grupo, mas poucas vezes valorizadas por
realizações individuais. Quando isso acontece, há a desconfiança de privilégios,
defendeu o consultor.
Profissional também tem parcela de culpa
Colocar a culpa da insegurança somente em fatores sociais é bastante cômodo.
Afinal, o fato de ter sido educado para não arriscar não justifica que a pessoa
deva ficar somente na zona de conforto, o que impede o crescimento profissional.
É preciso romper essa barreira emocional.
Para isso, tenha em mente de que será alvo de críticas e elogios. Assumir o
risco significa, em parte, não ser aceito, não ser compreendido, não agradar a
todos, não abaixar a cabeça, não aceitar a mediocridade, o erro e o despreparo,
afirmou Martins.
E, como o valor enraizado na sociedade é o de viver bem na coletividade, ser um
líder conflita com esta idéia, conforme explicou o psicólogo. A diferença é que
o verdadeiro líder sabe desta questão e, mesmo assim, segue em frente.
Portanto, para ser um verdadeiro líder é necessário conhecer melhor a si mesmo,
suas qualidades e fraquezas; transpor as barreiras do medo e da insegurança,
trabalhando na sua auto-estima; ter propósitos firmes, porém, com humildade para
saber mudar e se adaptar sempre que necessário, finalizou Martins.