Dentro das empresas, cada vez que um processo é automatizado ou
informatizado, conseqüentemente faz com que diminua o número de pessoas para
operação de uma tarefa.
Portanto, as oportunidades de emprego se afunilam com a automação de processos,
com o enxugamento do quadro de funcionários e com o redesenho de funções. São
fatos que todos profissionais de recursos humanos já constataram mas, o
crescimento de algumas atitudes não éticas é preocupante.
A acentuação do preconceito de todos os tipos, a busca de pessoas altamente
qualificadas para executarem tarefas simples com planos de carreiras
inexistentes, pressões sem fundamento, humilhações e a desqualificação moral
parecem ocupar o cenário de muitas empresas, quase sempre organizações
ultrapassadas e moribundas.
Dentre vários problemas, destaco a questão da seleção de pessoas. Já ouvi muitos
profissionais se queixarem de condutas suspeitas em métodos de seleção. Alguns
disseram que tiveram que imitar uma galinha, outros afirmaram terem dançado
pagode ou esperado horas para testar sua paciência.
Claro que, num contexto de crise de emprego, muitas pessoas acabam sujeitando-se
a procedimentos que não agregam valor algum. Lembro-me de uma pessoa que, por
estar desempregada, disse que se algum selecionador pedisse para ela imitar uma
galinha, faria e ainda perguntaria qual o tipo era mais indicado (carijó, de
angola, caipira...) tamanha era sua necessidade naquele momento.
Podem existir inúmeras “explicações” que um “selecionador” faça para justificar
a aplicação de uma dinâmica desse tipo, mas nenhuma delas garante que essa
prática seja um procedimento ético.
Espero que você, leitor, não precise se submeter a essas dinâmicas grotescas. Se
puder, levante-se e diga que essa empresa não serve para você. Nada que seja
humilhante poderia ser considerado ético, pois ainda existem formas inteligentes
para escolha de um candidato.
Uma organização que desrespeita as pessoas nos processos de seleção deve estar
falhando em muitas outras etapas, e todas as empresas que agem assim ou que
permitem isso em suas assessorias contratadas desconhecem o significado da ética
e, por conseqüência, são empresas irresponsáveis socialmente.