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Carreira / Emprego - Até que ponto pode ir a intimidade entre o chefe e o funcionário? 

Data: 06/05/2010

 
 

É comum existir na empresa um funcionário mais “expansivo”, que gosta de realizar brincadeiras com todos os colegas e até com o chefe, criando laços mais estreitos. Conforme a situação, pessoas em cargo de chefia também podem apresentar predileção por um colaborador, aproximando-se mais dele. Nesses casos, a atenção se torna fundamental: até que ponto pode ir uma relação de intimidade entre o chefe e o funcionário?

Sintonia x Intimidade
A consultora da Thomas Case, Marcia Vazquez, divide a situação em duas: quando há sintonia e quando há intimidade entre as partes. Para ela, as duas vertentes são completamente distintas.

“ A intimidade pode gerar ao longo do tempo a perda dos limites. Estamos na empresa para cumprir um plano, ou seja, um objetivo que deve ser atingido. A sintonia entre os dois [chefe e funcionário] é entender o que cada um pensa e como deve-se agir em determinadas situações no âmbito do trabalho”, afirma.

Diante de qualquer cenário, o chefe sempre continuará tendo uma posição hierárquica acima de seu colaborador e, por isso, terá responsabilidades para com ele, explica Marcia. Para ela, se cada funcionário entrar em sintonia com o superior, os resultados, o desenvolvimento e a interatividade entre eles serão melhores.

Marcia é enfática sobre manter intimidade no trabalho. Segundo ela, nem a excessiva aproximação pessoal entre colegas é válida.

Situações perigosas
Ocasiões dúbias poderão aparecer na vida do profissional. Uma festa na casa de um colega, um happy hour no bar, ou até um almoço rotineiro. Como se comportar nessas situações?

“Almoçar com o chefe de vez em quando não tem problema algum. O que não pode acontecer é que essas reuniões virem rotina, uma regra”, adverte a consultora. “Por isso, sempre que puder, almoce com outras pessoas”.

A maior imprudência em um almoço casual com o chefe é falar de outros funcionários. Durante a hora da refeição, comentários e críticas podem forçar o limite do bom senso. A partir daí, pode-se suscitar um mal estar entre as duas partes. Se precisar falar algo, diz Marcia, aborde a questão das ideias profissionais.

Na ocasião de o chefe fazer convites para uma saída após o expediente, a regra é a mesma. Recuse, se for preciso, mas não faça disso sempre uma resposta. “O patrão pode entender a saída após o expediente como forma de integrar toda a equipe, por isso, apareça algumas vezes. A regra é não deixar virar rotina”, afirma Marcia.

Você quer ser meu amigo?
Outra situação que pode levantar questionamentos é a atuação de forma “imatura” do superior. Executivos piadistas, que não dispensam uma brincadeirinha no trabalho, podem provocar receios nos funcionários, ou deixá-los bem à vontade.

“Quando o chefe ultrapassa a linha, o funcionário deve brecar esse avanço. Deixar bem claro que está lá como profissional que será avaliado e cumprirá objetivos”, ressalta Marcia. “Reforce essa postura, corte as brincadeiras aos poucos, sempre de maneira educada”.

 De acordo com Marcia, o funcionário terá de agir de forma ética, sem aceitar mimos do superior. Entretanto, se ele acabar entrando no jogo de intimidade iniciado pelo chefe, a situação pode se tornar irremediável.

O problema da intimidade é que ela deixa a pessoa com a falsa sensação de que pode tudo. Além disso, pode gerar desconforto entre colegas de trabalho. Segundo Marcia, a equipe pode se destruir, não terá foco e perderá muito tempo em desenvolver os trabalhos.



 
Referência: InfoMoney
Autor: Equipe InfoMoney
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