Considero corajosa a atitude de dar e receber feedback. Receber um
feedback honesto de como melhorar nossa eficácia e performance pode
levar a grandes avanços em nossa vida profissional e pessoal. Se nos predispomos
a ouvir, analisar e tomar atitudes concretas para mudar nosso comportamento,
mudamos a nós e o mundo a nossa volta. Como já dizia o grande Winston Churchill:
"Coragem é o que é preciso para ficar de pé e falar; coragem é também o que
é preciso para sentar e ouvir".
A primeira responsabilidade de um líder é definir a realidade. É necessário
mostrar a seus liderados a estrada que estão trilhando, apontar opções e
ajudá-los a tomar uma nova estrada, e principalmente auxiliá-los a persistir
nesta mudança. Onde estarão os gestores que sabem que o bom feedback
tem que ser direto, honesto e específico, e que o mau feedback é vago,
evasivo ou hostil?
Nossos líderes estão contaminados por séculos de um paternalismo que começou
com a colonização portuguesa, avançou nos engenhos de cana-de-açúcar e nas
plantações de café. Migrou da sociedade rural para a urbana no começo da nossa
industrialização e ganhou status permanente com a ditadura peculiar de
Getúlio Vargas, que ficou conhecido como "pai dos pobres".
Paternalista é aquele líder que protege ou beneficia o funcionário muitas
vezes em detrimento da empresa e cujas concessões ficam fora do que se espera de
uma racionalidade técnica ou econômica. O paternalismo assume, então, condição
de antônimo de profissionalismo administrativo, que se caracteriza pela
impessoalidade e pela prevalência dos interesses empresariais, aliados ao
desenvolvimento do capital humano.
Desta forma, as pessoas se eximem de dar feedback - sejam eles bons
ou maus -, pois a nós, brasileiros, nos desagrada o conflito, seja pelo nosso
ideal de harmonia, moderação, ordem e consenso, seja porque tanto líderes quanto
liderados buscam maneiras indiretas para comunicar suas opiniões.
Temos dificuldade em entender que existem desigualdades de performance e que
elas não são oriundas exclusivamente de condições sociais. Dentro desta cultura,
os gestores isentam o profissional de responsabilidade por um melhor ou pior
desempenho. Conhecido também é o isolamento que os líderes experimentam ao
alcançarem o poder, pois deixam de receber feedbacks honestos sobre seu
desempenho de seus liderados e pares.
Nada poderá se construir em termos de desenvolvimento de novas competências,
responsabilidade e crescimento profissional com este tipo de liderança e
comportamento. É necessário descortinar este cenário de paternalismo, "jeitinho"
e passividade que ainda permeia muitas culturas organizacionais, e que podem ser
mudadas através do uso de novas ferramentas de transformação de liderança como o
coaching.
Através dos diálogos com um coach externo, as pessoas ganham a
chance de entender como são percebidas pelos outros, se estão em alinhamento com
as necessidades do momento presente, se estão comprometidas com a sua
transformação pessoal e de seus liderados e assim, atingirem performances de
desempenho capazes de criar organizações saudáveis em todos os níveis
hierárquicos.
O coaching é um relacionamento produtivo entre duas pessoas com uma
intenção verdadeira: uma que quer realmente seguir adiante e outra que deseja
ajudar essa pessoa a completar sua jornada. As empresas devem, enfim, considerar
seriamente a contratação desta consultoria individualizada, que visa à
transformação dos profissionais na busca de atingir resultados econômicos
genuínos e mensuráveis.