Um estudo realizado pela gerente de pesquisas organizacionais do Hay Group,
Caroline Marcon, e intitulado “Mensurando o impacto do engajamento das pessoas”,
comprovou a eficácia do engajamento empresarial, quando são superados alguns
obstáculos nas companhias.
Durante o estudo, evidenciou-se que as empresas que possuem um número baixo
de trabalhadores temporários tiveram um crescimento das vendas de 2%, contra uma
queda de 21% nos negócios daquelas com um alto percentual de temporários. Esse
resultado significa que, quanto maior o quadro de profissionais efetivos, maior
será o nível de engajamento entre eles e, portanto, as vendas.
Por exemplo, as companhias com percentual de efetivos acima da média tiveram
um crescimento das vendas de 3%, contra uma queda de 22% nas empresas com
profissionais efetivos abaixo da média. A mesma tendência se dá com a riqueza
criada por empregado: em companhias com percentual maior de efetivos, a riqueza
criada por funcionário é 5 vezes maior do que em empresas com menos efetivos.
De acordo com Caroline, as chaves do engajamento são "um ambiente em que haja
liderança clara e com oportunidades de crescimento".
A função do líder
Um funcionário engajado sente satisfação em pertencer à empresa para a
qual trabalha, pois reconhece os valores da organização. Cabe,
entretanto, que o líder faça parte desse grupo engajado, e não deixe seus
comandados sem uma direção.
"Muitas organizações que têm altos níveis de engajamento ainda se debatem
sobre questões de desempenho. Além de engajar, os líderes devem prover o suporte
necessário para que canalizem seus esforços de maneira produtiva", reconhece
Caroline.
Em um grupo de profissionais que recebe suporte do líder, avalia a
especialista, as pessoas são alocadas nos cargos de forma efetiva, de maneira
que suas habilidades sejam aproveitadas ao máximo.
De maneira semelhante, as pessoas recebem os recursos essenciais para
que possam entregar resultados (ex. informações, tecnologia, ferramentas
e equipamentos, recursos financeiros), e conseguem focar em
suas responsabilidades sem ter de perder tempo ultrapassando obstáculos
no ambiente de trabalho.
"Em um momento em que precisamos fazer mais com menos, o engajamento dos
colaboradores e seu desejo de ir além são fundamentais. Mas, para buscar um
maior desempenho, além do compromisso e esforço dos colaboradores, é necessário
prover um ambiente com suporte", completa Caroline.
Para garantir o êxito de iniciativas para promover níveis mais altos de
engajamento entre os profissionais, é necessário envolver os gestores. Se a
conexão entre programas de engajamento e as preocupações dos gestores não
estiver clara, possivelmente eles se verão ocupados demais com suas
responsabilidades diárias para exercer um papel ativo na promoção do
engajamento.
Brasil
No estudo, observou-se uma preocupação muito crescente com o tema
engajamento nas companhias brasileiras. "Hoje em dia, quando você fala de
engajamento no País, os gestores procuram formas de se desenvolver e
principalmente de reter os profissionais", analisa Caroline.
Torna-se necessário, então, que os executivos dediquem seu tempo para essas
questões internas, como forma de construir um conjunto de valores e crenças que
deem interatividade.